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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
Jonas
dirigia pelas ruas da cidade de Rustboro cujo trânsito já havia aumentado
naquele horário. Seus movimentos eram automáticos, pois sua mente estava
concentrada no encontro que teria daqui a alguns minutos. Por sorte, já havia
feito aquele percurso várias vezes, não possuindo risco de se perder. Uma gota
de suor percorria seu rosto, o dia estava quente, mas acreditava que seria mais
devido à tensão que carregava nos últimos dias.
A
situação com a Equipe Magma lhe dera dor de cabeça por dias, o Sr.Stone não
ficara nada satisfeito ao perceber que sua empresa fora invadida por uma equipe
criminosa e menos ainda que aquele que o fizera quase fugira ileso. Se não
bastassem as reclamações do presidente, ainda havia os policiais que ficaram
alvoroçados com o ocorrido e chamaram diversas vezes para interrogatório não
apenas ele, como também quase todos os funcionários da empresa. Aquele nome
provocava temor, Jonas sabia, mas não que seria capaz de provocar tamanha
comoção. Algo estava acontecendo, ele sabia, mas as pistas em sua mente eram
como fiapos de palha jogados ao vento e rodopiando aleatoriamente de modo que
ele não era capaz de prever padrões ou conexões.
E
agora, a mensagem de Hopper. Ela não lhe dizia muita coisa, apenas que o
administrador deveria encontrá-lo no bar onde costumavam ir, mas o que aquilo
significava? Não estavam nem na metade da manhã e seu amigo não tinha o costume
de beber em horário de serviço. Manobrou o carro para entrar no estacionamento
do local, sem deixar de notar o automóvel do detetive ali presente – era um dos
únicos do lugar.
O
The Pearl estava vazio naquela hora da manhã, apenas o barman de meia-dade
andava de um lado para o outro polindo o lustroso bar de madeira. Assim que o
viu, o homem apenas fez um cumprimento com a cabeça, dando o sinal que logo
iria atendê-lo. Facilmente avistou o detetive de cabelos loiros sentado em uma
banqueta de madeira. Atrás dele, um grande quadro de pérolas unidas fazia o
belo formato de um Milotic. Jonas sempre ficava imaginando quantas Clamperls
haviam sido necessárias para construir aquela imagem. Seus passos ecoaram no
assoalho de madeira fazendo a atenção do
amigo se voltar para ele.
Edward
Hopper e Jonas White tinham a mesma idade, no entanto o trabalho contínuo dava
ao primeiro um ar mais cansado. As olheiras acompanhavam os olhos castanhos e
profundos. Os cabelos loiros sempre rebeldes agora jaziam escondidos sobre o
quepe negro elegante da polícia de Hoenn, quepe este que escondida a coisa que
mais marcava seu belo rosto: uma grande cicatriz hipercrômica que lhe cobria
quase a metade do rosto.
–
Quanto tempo, Jonas! – disse o loiro levantando-se e estendendo a mão para o
amigo que se aproximava.
–
Muito, tirando o fato de que tive de ir ao seu escritório ao menos três vezes
nos últimos dois dias – respondeu o moreno com um ar brincalhão enquanto tirava
os óculos escuros. Hopper fez sinal para que se sentasse.
–
Bem, não me culpe totalmente, são ossos do ofício. Queríamos conseguir o máximo
de informações possível acerca do trabalho dos Magmas.
O
barman de nome Kevin veio até eles e depositou sutilmente um cardápio sobre a
mesa.
–
Bom dia, meu caro White. – apertou a mão do administrador – O que deseja beber
nesta manhã? O mesmo de sempre?
–
Apenas uma água com gás, Kevin. De preferência bem gelada, por favor. – o mais
velho ergueu uma sobrancelha estranhando o pedido.
–
Estão a negócios de trabalho, suponho? – questionou enquanto olhava curioso
para os dois homens.
–
Algo do tipo. – o loiro confirmou, fazendo o barman ir buscar o pedido – O que
aconteceu? Não quer beber com um amigo em um dia de domingo?
–
Pra começo de conversa, você nem está bebendo. – respondeu rindo apontando para
a lata de Coca-cola aberta na mesa ao lado de um copo vazio, fazendo o loiro
dar um riso leve – E segundo, não posso. Ellie está aqui e prometi passar o dia
com ela.
–
Bem, quanto a isso não se preocupe. Não pretendo estragar seu dia com ela,
mesmo porque a Ellie tem muita consideração por mim e não pretendo perdê-la.
–
Você disse que eu deveria lhe encontrar aqui o mais rápido possível. O que
houve? – o loiro respirou fundo.
–
Como você já tem conhecimento, nesses últimos três dias estivemos fazendo o
possível para conseguir extrair qualquer informação dos Magmas capturados por
Roxanne.
–
Sim, eu sei. E também sei que você se recusou a me dar qualquer informação
nesse período. – comentou Jonas com azedume.
Ele e Edward
se conheciam há anos, era de se supor que o mesmo lhe informaria sobre os
progressos da polícia, ainda mais tendo consciência de todos os problemas
internos que vinha enfrentando nos últimos dias. O detetive, no entanto, não
pareceu se importar com a alfinetada do outro, fazendo apenas um gesto
displicente com a mão.
– Você sabe
que as coisas não funcionam assim. Existe todo um código de sigilo policial
sobre as investigações. Além disso, apesar de nossos esforços, não conseguimos
extrair muita coisa até agora.
– Vocês estão
perdendo o jeito, antigamente não era assim. – o loiro abriu a boca para
responder, no entanto Jonas foi mais rápido – Estou apenas brincando. Contudo,
sabendo disso, agora passo a me indagar sobre o por quê de ter sido chamado a
vir até aqui. Você não vai me interrogar de novo, vai?
– Não, não
irei. Na verdade, vim até aqui por fazer o que não poderia, por isso peço que
mantenha sigilo. – ele parou abruptamente quando Kevin colocou a garrafa de
água de 500 ml na mesa juntamente com um copo grande.
– Aqui está.
Qualquer coisa que precisarem, estarei na cozinha. Normalmente não tenho muitos
clientes nesse horário e preciso arrumar algumas coisas lá.
– Obrigado,
Kevin – agradeceu Jonas e o barman se retirou.
O moreno olhou
para o amigo que o encarava com uma expressão indecifrável. Edward sempre fora
um jovem difícil de ler e deveras imprevisível. No entanto os anos na polícia
pareciam tê-lo tornado uma muralha de aço, ilegível, intransponível. Além
disso, conversar com ele lhe dava a impressão de estar sendo constantemente
analisado. Abriu a boca para dizer algo que rompesse o silêncio, no entanto, o
loiro fora mais rápido.
– Você se
lembra do primeiro interrogatório que fizemos?
Claro que se
lembrava, ele estava presente. Aliás, fora o único que assistira antes de todo
aquele processo se tornar estranhamente sigiloso. Naquela noite, o aparente
líder do trio fora o primeiro a ser interrogado.
Um sorriso de deboche deixava ainda mais evidente
as linhas de expressão do homem de pele morena e cabelos cortados rente ao
couro cabeludo. Ele recostava-se na cadeira de madeira atrás de si enquanto
levava as mãos algemadas para trás da cabeça para servir-lhe de apoio. Seu
olhar divertido contemplava o ambiente mórbido ao seu redor. Uma velha mesa de
metal parcialmente enferrujado e duas cadeiras vazias feitas do mesmo material
estavam em sua frente. Apenas uma fraca luz branca iluminava a sala de paredes
escuras.
Jonas observava através do vidro. Quem seria
aquele homem? Por que a simples menção da organização criminosa a que
pertencera causara tanto alvoroço? Sim, ele conhecia a história das equipes
Aqua e Magma e todo mal que haviam feito à região, no entanto as mesmas haviam
sido derrubadas e dissolvidas a mais de 10 anos devido à prisão/morte de seus
líderes. Ele sentia em seu interior, algo em toda aquela história estava
terrivelmente errado.
Hopper naquele momento entrava na sala. Não usava
o quepe, nem o uniforme tradicional da polícia
e sim um belo terno de costura fina que com certeza devia valer grande
parte do salário da maioria dos policiais ali. Ao seu lado, uma bela mulher de
cabelos verdes trajando um uniforme policial carregava uma pasta amarela
contendo alguns arquivos. O primeiro puxou a cadeira para esta sentar-se e em
seguida apontou para os pés do criminoso.
– Tenha modos na frente de uma dama. –
repreendeu.
– Que eu saiba ela é uma policial como qualquer
outro e devo tratá-la como qualquer outro. – respondeu o bandido com voz.
– Tsc. – Hopper fez um som de
chateação, como se achasse uma perda de tempo estar tendo aquele discussão com
aquele tipo de homem – Na verdade, ela não é como qualquer outro policial, ela
é a delegada dessa instituição e coordenadora de todos os serviços do órgão na
região.
O Magma não alterou sua
expressão, na verdade, sequer parecia ter ouvido. Observando a luz tênue no
teto com interesse excessivo. O sorriso de escárnio não abandonava seu rosto.
– O que o traz aqui, detetive?
– Creio que você já saiba então
vou ser direto em minhas opções. Em poucas horas a polícia regional de Hoenn
estará por aqui para lhe interrogar e garanto que os métodos deles não serão
tão gentis quantos os meus. Você pode optar por simplesmente esperar ou me
dizer quais eram as intenções da equipe Magma roubando os documentos da Devon e
os pokémons na rota 116.
O interrogado riu.
– Hopper, Edward Hopper.
– Creio que prefira esperar que
a Polícia Nacional de Hoenn venha. Fico até deveras emocionado ao saber de toda
comoção que tiveram por conta de um simples ladrão de pokémons.
– Deixe de enrolação e nos diga
logo o que pretendia, Magma. – foi a delegada que interviu dessa vez.
– O que eu pretendia? Sou apenas
um simples ladrão de pokémons que achou que poderia ir além e usou uma fantasia
para animar as coisas.
A policial Jane massageou as
têmporas, estava visível que o homem fazia da situação uma piada. O detetive,
no entanto, não parecia se alterar com o sarcasmo do outro. Fez um gesto suave
para a mulher, apontando para a pasta que ela possuía em mãos, pegando esta e
folheando despreocupadamente.
– Seu nome é Gaspar Amadeus.
Você é casado com Kate Wilson e tem uma filha de 8 anos chamada Sarah. Você
trabalhava como marceneiro na cidade de Lilycove e foi dado como desaparecido
há cerca de 1 ano e 2 meses. – finalizou a fala retirando da pasta uma foto do
homem em sua frente ao lado de uma mulher e menina, ambas de cabelo negro –
Achou que não iríamos encontrar nada sobre você?
Gaspar deu de ombros como se
toda a informação dita pelo homem não tivesse importância alguma.
– Nunca fiz questão de me
esconder.
– O que eu quero saber
especificamente é como um pai de família, até então considerado amoroso e
carinhoso, sem nenhuma ficha criminal aparece a centenas de quilômetros de
casa, roubando pokémon e vestido com uma roupa de uma equipe criminosa já
desmembrada.
– As vezes algumas coisas não
tem explicação. – mais uma vez sua resposta foi vaga.
– É essa a resposta que sua
filha e mulher receberão? Elas foram informadas que foi encontrado e estão
vindo para cá. – pelo olhar de Jonas, o loiro tentava obter alguma resposta ou
mudança de expressão no bandido. Pelo que fora informado, o contato com a
família do interrogado ainda não havia sido feito.
– Eu pensei que elas já estavam
junto com os outros palhaços atrás daquele vidro.
Um estalido metálico fez-se
ouvir. Fora a batida da mão da policial na mesa de metal.
– Isso já está me cansando. Qual
o objetivo da ação de vocês? Quem está por trás disso tudo?
– Eu também estou me cansando. –
foi a vez do homem mudar sua postura, agora com o olhar mais sério. – Nada mais
tenho a acrescentar do que já disse aqui. Se não me engano, daqui a pouco irão
servir o almoço e estou faminto.
Depois dessa
frase muito pouco foi dito, estavam no dia seguinte ao incidente. Apesar de
toda a investigação feita, tanto com o líder quanto aos outros dois
subordinados, aparentemente nada de relevante fora descoberto. Porém,
diferentemente do primeiro, nenhuma informação fora encontrada acerca dos
outros dois jovens que não pareciam ter mais de 20 anos.
–
Como eu já havia dito... – continuou Edward depois de um tempo de silêncio –
Não conseguimos extrair muita coisa dos criminosos. O esquadrão de inteligência
em extração psíquica havia sido solicitado e chegou no dia de hoje.
–
Então creio que teremos boas notícias – o moreno concluiu, fazendo o detetive
soltar um suspiro pesado.
–
Não exatamente. – respondeu enquanto pegava um aparelho eletrônico de sua
pasta. Parecia-se muito com um tablet, porém apresentava tecnologia
aparentemente mais avançada que o permitia ser dobrável.
–
Como assim?
–
Assista a esse vídeo e tire suas conclusões – movimentou rapidamente a tela do
aparelho dando início à reprodução.
Estava diante de quatro figuras. De um lado
da mesa Hopper, a delegada Jane e o terceiro parecia ser algum tipo de médico
ou enfermeiro pelas roupas que usava. Na frente deles, encontrava-se a mesma
pessoa de antes, no entanto, se o próprio Jonas não houvesse visto com seus
próprios olhos, jamais identificaria esse homem como Gaspar Amadeus.
O mesmo homem vestido com roupas
laranja de presidiário agora usava uma camisola branca muito semelhante àquelas
usadas em hospitais. Seu cabelo estava raspado de um lado onde havia uma
espécie de curativo. No entanto, o que mais se diferenciava das lembranças
anteriores era a expressão impressa no rosto pálido. Os olhos estavam sem vida
e fora de foco, típicos de uma mente que fechara em torno de si mesmo, e
encaravam a parede de tijolos fundos. A boca estava parcialmente aberta numa
expressão bestificada sem produzir nenhum ruído.
– Gaspar... – chamou Hopper, mas
o homem em sua frente não mostrou sinais de ter escutado. – Gaspar. – mais uma
vez sem resposta. O loiro deu leves batidas na mesa com o indicador e dedo
médio, conseguindo, por fim, captar a atenção do outro.
– Você falou comigo? – a voz do
criminoso expressava confusão, ele nem ao menos parecia ter ideia do local onde
estava.
– Sim. Gaspar, eu preciso que me
diga, o que aconteceu com você e seus companheiros?
– Onde está Kate? Eu... Kate?
Onde está Kate? – os olhos estavam desfocados, ele balançava-se para frente e
para trás devido a agitação. Jonas então notou pela primeira vez que os pulsos
do Magma estavam presos no acento da cadeira.
– Ela está vindo até aqui,
Gaspar. Kate e sua filha Sarah.
– Sarah? Minha filha? Semana que
vem é aniversário de Sarah, ela vai fazer seis anos. Onde está Kate? Posso
ligar pra ela?
O detetive olhou para o rapaz
com roupas de médico e este deu de ombros.
– Ele tem estado assim desde que
o encontramos na madrugada.
– E os outros dois?
– Mortos. Porém não havia nada
que indicasse a causa da morte. Os corpos foram levados pelo legista essa
manhã. – foi a policial que respondeu dessa vez.
– E esse ferimento na cabeça
dele?
– Já o possuía quando o
encontramos. É apenas um corte superficial que consegui suturar rapidamente.
Acredito que ele possa ter caído e batido a cabeça, não houve fraturas
aparentes, no entanto, gostaria de transferi-lo a uma unidade de saúde para
melhor avaliá-lo com uma tomografia. – o médico esclareceu.
– Tic toc,
tic toc... Vento... Onde está
Kate? – ele começou a dizer as palavras repetidamente.
– Gaspar, eu preciso que se
concentre e tente se lembrar. Quem estava por trás das ações da equipe Magma?
Alguém atacou vocês?
– Tic toc... Tic toc... O
aniversário de Sarah está chegando… - ele murmurava e balançava o corpo para
frente e para trás novamente.
– Acredita que a pancada possa
tê-lo deixado assim? – Hopper dessa vez voltou seu olhar para o médico.
– Acho pouco provável, na
verdade, no entanto, é a única hipótese plausível que temos.
– Solicitarei que meus agentes
organizem uma equipe de escolta para levá-lo ao hospital. Manteremos vigia
sobre ele vinte e quatro horas por dia. – ela encarava o homem com um olhar
desconfiado. O detetive assentiu.
– Não o perca de vista. A
inteligência chegará hoje, não quero ter problemas com a polícia internacional.
Na verdade, a ordem inicial havia sido para os mantermos isolados.
A delegada fez sinal para que os
policiais que aparentemente estavam do lado de fora entrassem, contudo, mal
haviam entrado na sala quando o homem chamado Gaspar, que ainda murmurava
palavras em tom baixo, contraiu os músculos e fechou as mãos. De sua boca não
mais saia palavras, apenas abrindo e fechando inutilmente bem como os olhos que
piscavam sem parar.
– Ele está tendo uma convulsão!
– gritou o médico no mesmo momento em que um líquido de coloração amarelada
saía pela boca do bandido e escorria por seu pescoço.
Seguiu-se uma agitação de
pessoas para liberá-lo e a filmagem foi então finalizada.
Jonas levantou
o olhar do tablet intrigado enquanto o loiro fitava-o com uma expressão neutra.
Aos olhos de desconhecidos, era impossível saber o que se passava na cabeça do
homem misterioso. Para Jonas, entretanto, que o conhecia há vários anos, era
visível pelo seu corpo e feições tensas que a cabeça trabalhava a mil.
–
O que aconteceu com ele? – perguntou.
–
Gaspar Amadeus faleceu hoje aos 34 anos por volta das seis e vinte da manhã. A
autópsia revelou há menos de vinte minutos a causa da morte dos dois primeiros,
múltiplos aneurismas cerebrais, basicamente os vasos dos cérebros deles
explodiram. Não havia maneira de terem sido salvos e, sinceramente, creio que
tenha sido a mesma coisa que provocou a morte dele.
–
Dois jovens de vinte e poucos anos? Vocês encontraram alguma causa para isso? -
o detetive negou.
–
Nenhuma aparente. No sangue não havia nenhum tipo de substância. Eles estavam
completamente saudáveis e limpos quando entraram.
Um
tempo de silêncio se iniciou. Jonas não sabia qual reação ter diante daquilo.
Por mais que fossem criminosos perigosos envolvidos com sabe-se lá o que, não
mereciam morrer, mereciam? Além disso, toda aquela situação era estranha
demais, algo matara aquelas pessoas, algo perigoso e que ao menos ele não fazia
ideia do que poderia ser. Imediatamente sentiu vontade de correr, fugir para
longe do amigo e fingir que nada nunca havia lhe sido contado. O amigo apenas o
observava, analisando-o. Jonas queria que ele parasse um pouco com aquele
hábito irritante.
–
O que você espera de mim? – a pergunta escapou de seus lábios antes que pudesse
contê-la.
–
Preciso que me responda com sinceridade. Isso não é um inquérito, não estou
gravando nem faria algo do tipo com você, mas preciso de algo que guie minha
linha de raciocínio. O que havia naqueles papéis roubados pela Equipe Magma?
O
moreno hesitou brevemente com a pergunta direta, porém prosseguiu com a
verdade.
–
Nem eu sei exatamente. Eram projetos que a Devon começou a trabalhar há algum
tempo, mas todos estavam em fases iniciais. Que eu saiba, entre eles estava um
projeto que permitiria estabelecer comunicação com os pokémons que chamavam de
Pokémon Speaker e outro era o Pokémon Dream Projector, que fazia uma projeção
audiovisual do sonho dos pokémons.
–
Entendo. – Edward assentiu pensativo – Bem, preciso ir. Tenho esclarecimentos a
prestar com uma Polícia Regional.
Ele
arrumou suas coisas rapidamente. Jonas permanecia em estado torporoso com a
quantidade de informações que lhe fora dada.
–
Eu te vejo em breve, caro amigo. Precisamos nos encontrar para marcar algo que
não seja relacionado ao emprego de um dos dois.
–
Claro – respondeu Jonas distraidamente enquanto observava o amigo se retirar.
Todos
os fatos então repassaram em sua mente. O retorno da atividade da equipe Magma,
o roubo da Devon, o alvoroço de toda a polícia de Hoenn e até mesmo dos órgãos
governamentais, a morte inexplicável daqueles envolvidos no crime, a constante
expressão de tensão no rosto do amigo, aquele encontro num bar vazio que
normalmente estaria cheio naquele dia, e até mesmo Kevin havia ido para a
cozinha. Algo estava terrivelmente errado. Ele não sabia o que era, mas o
pensamento fez um calafrio percorrer-lhe a coluna.
–
Edward! – chamou o outro que já saia pela porta – Devo presumir que esse
encontro nunca aconteceu, certo? – os cantos dos lábios do loiro se curvaram em
um pequeno sorriso triste.
–
Eu ficaria grato.
–
O que realmente está acontecendo? – perguntou temendo a resposta.
–
Sendo sincero, eu ainda não sei, espero que todas as minhas suposições se
tornem incorretas. Meu conselho é que esteja preparado, meu amigo, acho que
algo está para acontecer em Hoenn.
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eae irmã.
ResponderExcluirCapítulo bem legal, toda essa investigação em torno da equipe Magma é bem intrigante e me pareceu que o Jonas estava escondendo alguma coisa sobre os papéis apesar dele ter falado algumas coisas. Gostei do novo personagem apresentado, o tal do Edward, bem o que eu imaginaria de um investigador fodão.
Meu palpite para o que aconteceu com os Magmas é que eles estavam preparados para morrer para não serem usados contra a própria organização ou algo do tipo.
No geral, ótimo capítulo.
até
Coitado do pobre Jonas, todo mundo desconfiando dele e ele é só uma alma solitária nessem undo triste. Edward é meu novo querido, criei ele bem do jeito que eu queria pois no futuro será necessário uma figura imponente como ele para dar conta dos eventos que irão ocorrer. Sobre seu palpite, não vou dizer se está certo ou não, mas foi uma boa resposta.
ExcluirFico feliz que você tenha gostado e obrigada pelo comentário!
Até a próxima!
Oh My Lord
ResponderExcluirQue capítulo realmente intenso, pesado e até um pouco assustador. É a primeira vez que a vejo trabalhar com temas como este e posso lhe dizer que saiu-se muito bem! Um capítulo livre de pokémon e dos reais protagonistas para dar foco em um caso especifico da drama que parece ser crucial para o entendimento da Team Magma.
Adorei a introdução do novo personagem, Edward. Um homem realmente focado em seu trabalho querendo descobrir a verdade sobre os magmas, só achei que o amigo, Jonas parece estar escondendo algo dele. Suspeitoooooo
Assim como o comentário do Lucas, meu palpite é o mesmo. Acredito que o Magmas estão eliminando aqueles da própria organização para que não vazem os verdadeiros planos dando com a língua entre os dentes. Talvez eles usem os pokémon psíquicos e toda a tecnologia de Dream Project para tal... Hmmmm... Não sei.
Enfim, um ótimo capítulo, diferente do habitual, mas ainda assim nível Carol de produção. Excelente.
Ansioso pelo próximo capítulo
Sim, eu ja havia comentado com vocês que foi bastante difícil escrever esse capítulo justamente por essa mudança de tema e foco, mas fico feliz que vocês tenham apreciado o resultado. Ele é apenas uma amostra do que está por vir.
ExcluirEssa ideia de trabalhar com um cena em que os pokémons mal são mencionados foi um conceito em que quis trabalhar. De modo que as pessoas tirassem totalmente o foco dos capítulos anteriores e pensassem que existem coisas no mundo que vão além dos protagonistas.
O Edward foi um personagem criado especialmente para esse papel de detetive fodão, embora ele também tenha sua própria história. Criar um personagem assim cuja face representasse a representasse a polícia nacional vai contribuir muito para os capítulos futuros. Pobre Jonas, é só uma alma desorientada num mudo triste kkkk
Protagonistas vencerem os Magmas: ¬¬
Os próprios Magmas vencerem os Magmas: *-*
kkkkk Não posso revelar se vocês estão certos ou não, mas é uma boa teoria. Se a organização criminosa quer agir por baixo dos panos, não faz sentido deixarem possível delatores por aí,.
Muito obrigada pelos elogios, Yv. Espero que continue gostando!
Abraços e até o próximo capítulo!
Yo Carol
ResponderExcluirVIIISH, QUE CAPÍTULO COMPLEXO. Só tensão atrás de capítulo, Hoenn aos poucos tá perdendo todo seu clima animado pra dar espaço a tensão, eu to adorando isso.
Muito legal essa atenção toda a secundários e ao "mundo dos adultos". Devo dizer que senti um clima de série no diálogo policial e do interrogatório, e eu achei isso muito foda!
Sempre tive um preconceito com os Magmas e os Aquas pq acha eles tão méh no jogo, mas ver o Gaspar todo malucão me faz cogitar o que diabos é a equipe Magma. Senti um leve arrepio
Achei muito legal um capítulo sem os protagonistas, Carol, você explora outros núcleos que aos poucos vão se ligar. Achei lindão <3
Excelente capítulo Carol
see ya
Oii Star! Acho que finalmente aos poucos consigo dar a Hoenn a cara que eu gostaria que ela tivesse, uma região linda, porém, marcada por um passado triste e com algumas atrocidades.
ExcluirMudei o foco desse capítulo para fazer exatamente o que você mesma disse, dar um clima mais adulto. Se de um lado pensamos que tudo são flores e que tudo é lindo no mundo pokémon, agora deparamos com uma cena que mostra isso.
Fico feliz que tenha te provocado essa sensação, um dos meus grandes objetivos é fazer com que vocês levem essas equipes criminosas um pouco mais a sério, dando objetivos importantes a eles.
Obrigada pelos elogios e comentário, Star! Até o próximo capítulo!