• sexta-feira, 27 de março de 2020





                    May ainda estava deitada na cama cobrindo a cabeça com as mãos. Ela sentia cada movimento que o barco fazia, cada manobra com que ameaçava derrubá-los em seu abismo negro. O oceano não era mal, ela sabia, ele era antigo assim como o próprio tempo e como este, era impiedoso e o fato de estarem ali não o impediria de mostrar seu poder. Cada vez mais seu corpo sucumbia ao enjoo, ela desejava que tudo aquilo acabasse logo, fosse pelo fim da tempestade, fosse pelo silenciar das vozes dos tripulantes no fundo do oceano.
                    A melodia não deixava de acompanhá-la, se antes havia apenas o tom apaixonado, agora era marcada por notas de angústia, como se sentisse exatamente o que a garota sentia. A canção havia se tornado urgente, ansiosa e, acompanhada pelo ribombar das nuvens de chuva, chegava a ser desesperadora. Seu corpo tremia a cada nota aguda, apesar de estar vestida com seu moletom de cor roxa estampado com um Spheal.
                    Ela mal viu o que fazia. Uma parte de sua mente queria manter-se protegida dentro de si mesma, na confortável e escura cabine, mas a outra gritava para saciar os anseios de sua alma e esta última era tão mais audível que silenciava qualquer outra coisa. E, por seguir essa parte, que ela inesperadamente sentiu uma parede de água e vento desabar sobre seu corpo. Não conseguia ver nenhum de seus amigos, mas naquela escuridão total, porém duvidava que os enxergasse a centímetros de seu corpo. A melodia chamou-a novamente, agora mais perto do que nunca e May, sem pensar duas vezes atirou-se na água.
                    A princípio, sentiu seu corpo sendo lançado de um lado para o outro com força, como uma bola em um campo de futebol, mas conforme ela afundava toda a movimentação cessou. Tudo estava no mais absoluto silêncio, a água agora passava ao seu redor tão suavemente quanto carícias de uma mãe para um bebê. Inexplicavelmente, tudo havia passado, os enjoos excessivos, a ardência na testa, até o frio passara a ser um frescor suave.
                    Com um leve sorriso, ela abriu os braços, como se chamasse para acolher-se para junto de si a voz que clamara por seu nome por tanto tenho.
                    “Eu estou aqui!” chamou mentalmente. “Venha a mim, venha a mim, venha a mim”
                    E a criatura veio
                   

                    No barco, Briney lutava com todas as suas forças para controlar o barco que se lançava contra as pedras, ao mesmo, tempo travava uma briga com sua mente para acreditar que todas aquele esforço não eram inútil e que eles ainda podiam escapar. Seus olhos estavam marejados pelo desespero, queria dizer as crianças para saírem dali e se salvarem, mas que chances teriam num mar como aquele? Peeko estava ao seu lado, durante tantos anos aquele Pokémon fora seu fiel companheiro, desde que nascera do ovo que ele e Alyssa haviam encontrado. Peeko nasceu e vivera junto com ele e agora estava ali, pronto para morrer com ele.
                    – Peeko, voe! – gritou ele para seu Pokémon.
                    O pássaro piou e balançou a cabeça em negação – fosse qual fosse o destino de seu dono, estava preparado para compartilhá-lo.
                    – Vamos, Peeko! Saia daqui! – mas a gaivota tornou a negar.
    Briney forçou o volante para a esquerda. O destino era uma coisa infeliz, se tivessem apenas mais alguns metros, mais uns poucos metros, eles seriam capazes de escapar com vida. Peeko então decidiu ouvir as palavras de seu treinador e soltando um grande piado esganiçado, ganhou a tempestade. O coração do idoso doeu ao vê-lo partir, mas ao mesmo o alívio inundou-o, seu Wingull estava a salvo.
    Um luz forte surgiu então na frente do barco quase cegando o homem, até os dois treinadores puseram-se de pé para ver do que se tratava. Peeko estava brilhando, seu corpo aumentava significativamente de tamanho bem como a envergadura de suas asas. Seu bico também mudava, perdendo aos poucos a coloração preta e, inferiormente, estendendo-se em uma grande bolsa que ocupava quase toda a parte inferior, a calda ficara mais curta. Peeko havia se tornado um Pelliper, evoluíra para salvar seu treinador.


     O pelicano abriu então o grande bico e liberou um jato de água extremamente poderoso do mesmo. O Hydro Pump era uma técnica de alto nível, mas de algum modo, em meio à evolução, o pokémon aprendera como usá-la.
    Seu intuído não ficara claro a princípio, mas logo o idoso compreendeu o que com tanta persistência o que seu Pokémon tentava executar. Os diversos disparos de água com uma pressão incrível empurravam o navio aos poucos para longe da pedra. Briney manobrava o barco e forçou ao máximo o motor enquanto Peeko continuava a evitar com que este se aproximasse demais, lutando contra as águas poderosas do mar. Cada metro conquistado era uma vitória, os dois treinadores estavam mudos de estupefação, haviam aproximado de Briney como se para dar-lhe forças.  Por fim, a grandes pedras passaram à direita deles e aos poucos foram deixadas para trás.
                    O idoso sentiu uma fraqueza acometer suas pernas e desabou sobre a cadeira atrás de si, sentindo uma alivio percorrer seu corpo. Os dois adolescentes respiravam em ritmo acelerado, nenhum deles ainda acreditava que haviam escapado da colisão. Peeko voltou para seu treinador, podia-se ver em seus movimentos o quanto estava exausto. Briney acolheu-o com carinho em seus braços e deu-lhe um abraço afetuoso, sabia do amor que teria sido necessário ao pokémon para reunir forças para aquela evolução.
                    – Meu garoto corajoso! Muito obrigado, Peeko – então pegou uma pokeball de seu bolso que há anos não era usada e retornou o Pokémon – Você já vez mais do que o suficiente, meu bom amigo.
                    O marinheiro voltou sua atenção de volta ao mar. Apesar do perigo mais iminente ter passado, ainda estavam no meio da tempestade que rugia feroz, jogando-os de um lado para o outro. Sabia que o combustível chegava ao seu fim, haviam entrado na reserva com tentativa de fuga contra o rochedo. A qualquer momento o barco pararia e eles ficariam a deriva no meio do oceano, o que por si só já significava algum tipo de morte. Rezava em seu interior para que o que quer que tivesse causado a ira de Kyogre, fosse esquecido pelo deus dos mares rapidamente.
                    – Senhor Briney – ouviu a voz da garota chamá-lo – Há algo que possamos fazer para ajudá-lo?
                    – Não se preocupe - respondeu o idoso – Apenas mantenham-se sentados e segurem-se bem.

                    – Não se preocupe – comentou Alyssa enquanto via o marido caminhar de um lado para o outro no convés do barco.
                    As marcas da idade já eram visíveis em ambos, como ocorre com todos os seres humanos que já haviam passado há muito da casa dos quarenta. Os cabelos dela, cortados na altura dos ombros estavam entremeados de fios brancos enquanto ele já perdera boa parte dos dele e todos estavam grisalhos. As rugas marcavam os olhos de ambos e nas peles haviam algumas pequenas e esparsas manchas escuras adquiridas pelos anos de exposição ao sol. No entanto, Alyssa continuava bela como sempre, se a idade o prejudicara, a ela apenas engrandecera, fazendo com que cada marca tornasse sua aparência mais nobre.
                    – Não se preocupe? Como não vou me preocupar Alyssa? Você está... – as lágrimas pesaram em sua pálpebra – Eu... Eu não posso de perder – confessou deixando-as escorrerem por seu rosto.
                    – É você acha que vai me perder? Você e o Peeko não durariam um dia nesse barco sem mim – ela riu, mas o marido não compartilhava sua expressão de alegria.
                    – Por que você não me contou antes? – o sorriso dela passou a ser um terno curvar de lábios.
                    – Não queria te fazer passar pela angústia de um diagnóstico impreciso, ao menos agora sabemos do que realmente se trata.
    – E agora é menos angustiante? – questionou em tom de voz alto, ela desviou o olhar para o mar que ondulava calmamente.
    Não o respondeu a princípio, parecia ter mergulhado em um transe meditativo.  Briney não arriscava falar, sabia que seu tom de voz sairia alto e poderia soar agressivo demais.
    – Você se lembra de quando fizemos 30 anos?
    – O que... O que isso tem a ver?
    – A gente já se sentia tão velho. E na verdade foi ali que iniciávamos tudo... Onde nossa vida realmente começou – deu uma pequena pausa e segurou o rosto do marido diante do seu. – Tim, seja lá o que acontecer, eu estou feliz e faria tudo de novo. Tenho orgulho da vida que levei com você – e tocou os lábios dele com os próprios.
    A emoção tomou conta do homem e o beijo foi interrompido por soluços que antecederam o choro copioso que vinha ameaçando descer. Ele não estava pronto para perder Alyssa, nunca estaria.

    Briney limpou as lágrimas dos olhos que escaparam sem que ele percebesse, naquele único momento agradeceu a chuva ao menos por tê-las disfarçado. Observou o mostrador do painel onde uma pequena barra luminosa de cor vermelha indicava que o combustível chegara ao seu fim. A qualquer momento o barco pararia de funcionar e eles estariam a deriva no oceano agitado e turbulento.
    – Juliana! Brendan! – gritou. Ambos os jovens vieram ao seu encontro segurando as estruturas do barco para conseguirem se equilibrar com o balançar das ondas – Preciso que me obedeçam.
    A voz do homem saia alta e autoritária como eles nunca haviam visto. Apesar do grande tom de desespero que deixava transparecer, eles imediatamente concordaram com o que ele dizia.
    – Desçam na cabine e tragam a May para cima. Nesse compartimento à minha esquerda há três coletes salva-vidas, vistam-nos! Vocês tem pokémons de água?
    Os dois não responderam, ainda processavam o que lhes estava sendo pedido.
    – Preciso que me respondam. Vocês tem pokémons de água? – repetiu a pergunta.
    – Eu tenho o Mudkip – respondeu Brendan, Briney assentiu.
    – Caso esse barco vire, libere seu pokémon para guiar vocês três pelo mar. As chances serão mínimas, no entanto, são as únicas que temos.
    – E-E o senhor? – perguntou a negra.
    – Se esqueçam de mim. Minha salvação será se os três conseguirem escapar. E não discutam! Isso não está em questão.
    Os dois se entreolharam hesitantes.
    – VÃO! – o velho berrou.
                    Brendan foi o primeiro a se mover, andado com cuidado sobre o piso molhado. Precisavam tirar May da cabine, se chegassem a afundar, ela não conseguiria escapar sozinha. As roupas molhadas e grudadas no corpo aliada as constantes pancadas de vento e água gelada faziam os corpos tremerem, ambos já tinham os lábios roxos devido à hipotermia que se instalara progressivamente.
    Começou a descer com cuidado os degraus escorregadios, sentia as próprias pernas vacilarem. A imensidão de água ao seu redor o apavorava forçando-o a fechar os olhos enquanto descia, se apenas uma onda fraca o atingisse, ele seria arrastado para o abismo negro do oceano e aquele seria o seu fim.
    Ele não a viu, se tivesse olhado para os lados teria recuado e agarrado a mão de Juliana antes de ser atingido pelo grande montante de água que fora enviado pelo mar maldosamente em sua direção. Se o medo não o tivesse dominado, não teria sido lançado para o mar sem sequer ter a oportunidade de tentar se salvar.
    – Brendan! – gritou a menina inutilmente ao ver o garoto sendo jogado para fora do barco. Sua mente entrou em estado de torpor, seria daquela forma que perderia o amigo?
    – Fique aqui em cima! – Briney surgiu subitamente empurrando-a para o lado, sem nem sequer esperar por uma resposta.
    Desceu para o deck inferior com saltos e procurou aflitamente o garoto ao seu redor, vendo-o balançar os braços inutilmente para tentar salvar-se. Pelos olhos vermelhos era visível que pânico apoderara-se totalmente de sua mente. Nos próximos segundos a força da água iria suplantar suas forças e ele seria levado às profundezas.
    “Tim” ouviu uma voz fraca chamar por seu nome e se virou.

    Ela estava sentada na cadeira de balanço na varanda da casa, oscilando para frente e para trás em ritmo lento. Sua cabeça era coberta por um lenço delicado de cor carmesim, tonalidade que ornava com o vestido salmão que parecia grande demais para o corpo frágil. Ela havia perdido muitos quilos nos últimos meses, deixando o rosto quase cadavérico e a pele tão fina que parecia correr o risco de se romper com o menor toque. Passava a maior parte de seus dias sentada na sala olhando fotos antigas ou dando pontos de crochê, que fazia e refazia repetidamente por achá-los defeituosos demais. No início da manhã e fim da tarde, pedia ajuda ao marido para ajudá-la a sentar-se na varanda e sentir a luz solar tocar-lhe a pele. Ela nunca deixava de sorrir.
    – Tim – Chamou o novamente e ao ver ter conseguido ganhar sua atenção, sorriu ternamente.
    – Sim, querida? – ele aproximou-se
    – Você pode me levar para um passeio de barco amanhã?
    Briney hesitou. Alyssa estivera muito fraca nos últimos tempos. Com a falha das últimas sessões de quimioterapia, ela receberia apenas cuidados paliativos em sua própria casa. Uma enfermeira sempre vinha pela manhã à casa dos dois para avaliar a saúde da idosa e ver se os medicamentos que necessitava eram ingeridos corretamente.
    – O mar está tão bonito hoje... E a amanhã será o dia do nosso primeiro encontro. Você ainda se lembra? São 30 anos juntos – continuou a dizer enquanto olhava para o horizonte.
    Por Arceus, como ainda era a mulher mais linda que ele conhecera em toda sua vida. Seu instinto de protegê-la ainda gritava com todas as suas forças e ele queria recusar seu pedido. Mas quando o frio dos dedos emagrecidos tocaram o seus, uma pancada de realidade o atingiu. Alyssa estava indo embora e aquele passeio, talvez o último que realizariam juntos, seria a despedida de uma vida a dois vivida boa parte em alto mar.
    – Posso sim, minha querida. Amanhã navegaremos até Dewford  e vou-lhe comprar o maior Tarte de Papaia que encontrar.
    – Ah, com certeza irei lhe cobrar isso.

    – Senhor Briney! – gritou uma voz – Senhor... Briney... Me ajude!
    Ele despertou abruptamente de seu devaneio pelo grito. De algum modo, May fora parar na água e lutava para arrastar consigo o amigo que parecia estar inconsciente. Era até impressionante que aquele corpo tão pequeno conseguisse lutar de maneira tão feroz contra a fúria das águas, contudo, o oceano não gostava de ser desafiado e aos poucos o espaço entre ela e a embarcação aumentava.
    – Me ajude! – gritou antes de uma volumosa quantidade de água entrar-lhe pela boca e narinas.
    Sem pensar mais de uma vez, o idoso jogou-se nas águas escuras que lançaram-no de encontro aos dois adolescentes. Rodeou o pescoço do garoto com um dos braços para tentar manter suas vias aéreas fora da água e se empenhou na dura missão de alcançar a nado o navio que lhe pertencera por tantos anos, mas que não aparentava ter intenção de esperar por ele.

                    Naquele dia chovera, uma tempestade como nunca havia visto igual. Uma tempestade de verão, inesperada, imprevisível, destrutiva, que almejava levar tudo em seu caminho. Um dia que amanhecera brilhante e sem nuvens, agora resumia-se a um imenso borrão negro marcado por rajadas de luz. Alyssa estava deitada em sua cabine, seu corpo ardia em febre e nenhum dos antitérmicos que possuíam conseguira baixá-la por muito tempo. Se estivessem em casa ele já teria levado-a à Petalburg, aquela viagem havia sido um erro. Se Alyssa morresse naquela noite, ele seria o único responsável.
                    Horas se passaram, ele vivia cada minuto como se durassem mil anos, toda aquela luta desesperada pela sobrevivência ia se gravar para sempre em sua mente, mas por fim, a tempestade se acalmou e ele havia chegado à Petalburg. Desceu os degraus apressadamente, mas ao virar-se para a cabana, encontrou a porta aberta. A água havia invadido o interior da cabine cobrindo todo o chão com uma camada com alguns milímetros de profundidade. Não havia ninguém em seu interior.
                    – Alyssa? – chamou olhando de um lado para o outro, como se esperasse que a mulher saísse de algum canto inesperado.
                    Pouco a pouco a realidade caiu sobre o homem. Seu estomago revirou-se enquanto se ajoelhava involuntariamente num pranto copioso.

                    O misto de realidade e delírio competia na cabeça do idoso. Suas lembranças estavam tão vívidas que ele não sabia se devia deixar se levar pela dor de um pesadelo antigo ou se se forçava a continuar sua peleja em busca da sobrevivência. Naquela noite, há exatamente dez anos, Timothy Briney perdera a esposa em um tempestade em alto mar. Nunca soube se ela perdera a vida indo ao seu encontro, se fora arrastada de dentro da cabine ou se, por algum motivo, ela se lançara ao mar. Não importava, a causa não aliviaria a culpa que carregara desde então.
                    Ele viu Juliana em cima do deck inferior, ela lançava-lhes uma boia de cores vermelha e branca atada uma corda que era segurada por ela e pela Whismur. Gesticulava e gritava palavras que nenhum ele não conseguia compreender. May rapidamente segurou a enquanto estendia a mão para o idoso ainda arrastava um Brendan inconsciente consigo. A cabeça de Briney estava confusa, ele mal conseguia ouvir, processando a realidade misturada as imagens criadas pela mente. Mal notou quando se agarrou à boia e foi debilmente puxado de volta ao barco.
                    O corpo de Brendan caiu molemente sobre o piso frio. Era a segunda vez naquele mesmo dia que retirava uma criança da água, porém, desta vez, parecia completamente perdido. O corpo de Brendan estava frio, como o de Alyssa estaria. Ele a perdera, sequer fora capaz de lhe dar um enterro descente, a alma de sua esposa havia se esvaído no oceano. E agora era o garoto que partia, tudo por sua mente confusa não ser capaz de se livrar dos fantasmas do passado e o salvado antes.          
    Uma mão suave tocou em seu ombro. Naquele momento havia parado de chover. Ele virou-se para o lado onde Juliana ajudava May a sair da água, vomitando grandes quantidades desta no chão. Lembrou-se do desespero no grito da mais velha ao ver o amigo desaparecido, idêntico ao que era refletido nos olhos de May quando arrastava-o consigo sem se importar se seu corpo seria suficientemente forte para fazê-lo. Ambas amavam o garoto, Briney não havia sido capaz de impedir que Alyssa morresse, mas não deixaria que o Brendan se fosse.
                    Posicionando-se ao lado do adolescente inconsciente e, constando que o mesmo não respirava, inclinou sua cabeça para trás e iniciou a massagem cardíaca.
                    – Vamos lá, garoto - falou enquanto interrompia a massagem para soprar ar na boca do mesmo – Acorde...
                    Percebeu o movimento das garotas ao seu lado pelo campo de visão periférico, mas não lhes deu atenção, concentrando-se apenas na reanimação do garoto a sua frente.
                    – Vamos lá, Brendan – sua voz saia quase em tom de súplica.
                    Continuou a massagem cardíaca no garoto, precisava fazer com que ele despertasse. Carregar mais uma perda em suas costas seria insuportável.
                    – Acorde... Vamos, Brendan.
                    Mais alguns segundos se passaram até que o menino finalmente despertou, deixando sair de sua boca e nariz uma grande quantidade de água salgada em meio à uma tosse intensa. Antes que o garoto pudesse se situar da situação em que se encontrava, os braços das duas meninas o rodearam e o abraçaram.
                    Briney se afastou e finalmente sentiu o ar voltar a seus pulmões, como se fosse ele quem estivesse a se afogar. O alívio o fez sentar-se de qualquer jeito no chão sobre o qual havia se ajoelhado. Nada mais restara da tempestade que os atingira, apesar do céu ainda estar coberto de nuvens pesadas. Talvez fosse a situação que haviam acabado de vivenciar, talvez fosse o fato do garoto ter sobrevivido ou a dor da perda que ressurgia como uma ferida reaberta, mas quando o choro veio aos olhos do marinheiro que vivera toda sua vida no mar, foi simplesmente incontrolável. E aquela, pela primeira vez em anos, fora a primeira vez que ele se permitira chorar sem conter. O trio de adolescentes não soube reagir, mas ao ver o choro ser transpassado por risadas ficaram mais aliviados.
                    – Eu ainda não acredito que estamos vivos – Juliana comentou.
                    – Eu ainda não tenho certeza se estou mesmo vivo – respondeu Brendan em meio às tosses que ainda persistiam.
                    Aquilo foi o suficiente para fazer as duas garotas começarem a rir.                Alegria misturada ao alívio de ter sobrevivido à tudo aquilo os deixara leves. O grupo permaneceu vários minutos rindo até que finalmente se acalmassem. Briney observou o céu escuro e suspirou.
                    – Agora oficialmente estamos perdidos no mar, pois não temos mais combustível. Ao menos a tempestade acabou e quando amanhecer posso me localizar melhor e mandar o Peeko procurar ajuda.
                    May deu um pequeno sorriso e se levantou, ganhando os olhares atentos de seus amigos.
                    – Está morrendo de novo? – perguntou Brendan com a sobrancelha erguida, ela ignorou-o.
                    – Não precisam se preocupar, Theo vai nos levar à Dewford – respondeu ela, olhando para o mar.
                    – E quem diabos é Theo?
                    Ela levou as duas mãos ao rosto e posicionou-as ao redor da boca, soltando uma espécie de grito semelhante a um uivo prolongado para a escuridão. Os outros três se entreolharam confusos enquanto a garota permanecia de pé parecendo aguardar por algo. Juliana foi a primeira a se pronunciar.
                    – Hum, May. O que você está fazendo?
                    Antes que a mais nova pudesse responder um som alto e rude ecoou pelo céu noturno, semelhante, embora em proporções completamente diferentes. A negra se levantou para tentar ver de onde vinha o som, mas a escuridão encobria completamente seu campo de visões. Um jato de água de pelo menos quadro metros jorrou para o céu fazendo-a dar um gritinho de susto e se agarrar ao braço da amiga.
                    Um pokémon de tamanho razoavelmente grande surgiu da água. Possuía um corpo esférico e pele lisa e brilhante de cores azul escuro na parte superior e creme na parte inferior. Lateralmente apresentava duas barbatanas poderosas que o impulsionavam em alta velocidade pelos oceanos. A parte mais curiosa em seu corpo, no entanto, era o rosto, pois toda aquela grandiosidade de tamanho parecia reduzida quando se contemplava os pequenos olhos negros e um grande sorriso de dentes brancos que davam aquele Pokémon um ar extremamente carismático.




                    A Wailmer cantou alegremente ao ver May, fazendo a garota sorrir ainda mais e se aproximar dela, porém teve seu trajeto impedido por Juliana.
                    – Você conhece este Pokémon? – perguntou com um olhar receoso. May abriu um sorriso carinhoso e levantou uma pokeball com a mão direita.
                    – Claro que conheço, ela é minha – respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
                    – E desde quando você tem uma Wailmer? – questinou Brendan.
                    – Desde que... – Ela começou, mas suas palavras foram interrompidas por vários jatos de água muito maiores aos de Wailmer que começaram a surgir ao redor do navio.
                    – Macacos me mordam! – Briney falou, se surpreendendo com a cena que se desdobrava ao seu redor.
                    No início, não havia nada exceto os jatos de água surgindo em todos os lados, mas depois, grandes figuras começaram a emergir das águas escuras. Surgiam do nada, como grandes colinas negras ganhando seu espaço no meio do oceano, eram criaturas imensas, algumas possuíam o tamanho normal da espécie, já outras pareciam apresentar dimensões muito maiores, chegando a quase trinta metros. Eles nunca haviam se sentido tão pequenos quanto naquele momento em meio aos grandes Wailords que dominavam os vastos oceanos do mundo.
                    – Eu nunca havia visto tantos assim reunidos – o idoso falou abismado.
                    De repente, eles sentiram algo se movimentar sob seus pés e instantes depois eles sentiram ser elevados para o ar quando um Wailord imenso os ergueu com seu corpo imenso com um sorriso simpático em seu rosto. Os pokémons cantavam, tantas vozes formava uma doce melodia. Era maravilhoso estar ali para deslumbrar aquele espetáculo da natureza.
                    – Eles vão nos levar à Dewford, nós estamos seguros.
                    – E como você sabe disso? – perguntou o garoto levemente aterrorizado.
                    – Theo me contou – ela deu de ombros – Além disso, você nunca viu os filmes? Wailords são pokémons extremamente inteligentes e bondosos.
    ***
                    Amanhecia. O negrume do céu ia sendo gradativamente substituído pelos tons amarelo e verde que começavam a despontar no horizonte. Briney caminhava pelo deck inferior de sua lancha. Estava sozinho, deixara os adolescentes ficarem com o único quarto da embarcação, as garotas com a cama e Brendan colocaria seu saco de dormir no chão. De início eles foram contra, mas Briney permaneceu ferrenho quanto à sua decisão, pois mesmo que quisesse dormir, não conseguiria.
                    Observava as águas passando com velocidade contra o casco de seu barco. Naquela hora, muito pouco se vira dos Wailords, todos haviam ganhado o fundo do mar após seu espetáculo particular. Ele apenas sabia que eles ainda estavam ali pelo fato de hora ou outra conseguir ver um jato produzido pela saída de água quente de seus respiradouros.
                    Briney carregava seu velho rádio que havia se molhado um pouco com a água da chuva, mas sem coragem de apertar o botão para reproduzir a fita que estava em seu interior. Sentou-se na amurada mantendo a cabeça baixa, seus dedos estavam trêmulos e os olhos inchados. Ele fechou as pálpebras e respirou fundo tentando interpretar a enxurrada de sentimentos que havia em seu interior.
                    – Eles sobreviveram, Lys. Nós sobrevivemos – ele ergueu o olhar.
                    Sentada quase ao seu lado, havia uma mulher de pele bronzeada e cabelos negros com fios grisalhos. Ela o fitava tranquilamente enquanto o esperava prosseguir. Não havia raiva, dor ou tristeza em sua expressão. Na verdade, carregava uma ligeira aura de tranquilidade.
                    – Eu queria ter te dito algo antes de você partir, queria ter te salvado... – ele parou devido à um pequeno soluço – Mas eu não consegui fazer isso. Durante todos esses anos, eu venho argumentando comigo mesmo se não deveria ter ido por você.
                    Ele limpou as lágrimas e fungou olhando para a mulher cujo corpo parecia reluzir com um brilho misterioso.
                    – Você ainda é a maior jornada da minha vida. Eu tenho algumas coisas a fazer por agora, eu acho que estou em uma nova aventura, mas Lys... Por favor, onde quer que você vá, me espere. Eu irei te alcançar um dia de novo, porque na verdade meu coração nunca deixou de partilhar um caminho com você.
                    O corpo da mulher se aproximou. Ele não sentiu seu cheiro ou seu calor, nem sequer ouviu seus passos, mas fechou os olhos.
                    – Peeko sente sua falta... E eu, bem, eu...
                    Um roçar de lábios, tão sutil que ele não soube se havia imaginado, mas a sensação era a mesma, como o primeiro beijo há exatos quarenta anos atrás. Em seguida, uma brisa leve tocou seu rosto carinhosamente e ele soube, ela havia ido.
                    Pressionou um botão do rádio para abrir o compartimento onde estava a fita e em seguida pegou do bolso a caixa pertencente a esta, tão desgastada quando o rádio. Abriu-a, retirando seu único conteúdo, uma foto antiga e substituindo-o pela própria fita. Em seguida, observou a foto, onde havia um casal de idosos sentados de costas apreciando um belíssimo por o sol, a última foto e guardou-a com carinho em seu bolso.
                    – Eu te amo, Lys. Até logo! – e lançou a caixa com toda sua força para longe.
                    Ela caiu na água produzindo um leve som de impacto e logo desapareceu, mas ele não olhava mais, pois para onde olhava estava o mar, aquele que tornara um templo de adoração eterno à pessoa que mais amara durante toda sua vida.



    ***
                    May sentiu seu corpo ser tocado carinhosamente, mas não conseguia enxergar aquele que o fazia. Mais uma vez, a criatura serviu de ponte que a levava de volta a vida ao fazê-la alcançar à superfície. O mar ainda estava agitado, mas a criatura era um ponto estável, nada do que se desdobrava ao seu redor parecia abalá-la.
                    – Quem é você? É você quem estava me chamando?
                    “Finalmente você chegou. Eu esperei por você a minha vida inteira e você está aqui” Ouvir a voz da pokémon era estranho e um pouco assustador, mas na situação em que estava ela não se preocupou com isso.
                    – Eu não entendo – ela quase gritava – Eu não sei que Pokémon é você! Eu não te conheço!
                    “Não conhece mesmo? Tem certeza de que nunca me ouviu cantar?”
                    A garota estremeceu e engoliu seco. Na verdade, não sabia o que responder.
                    “Não se preocupe, minha pequenina. Meu nome é Theodora, você escutou a minha música e agora estarei com você até o fim. Me capture como sua Pokémon, eu te levarei de volta ao seu barco e protegerei vocês da tempestade.”
                    Por algum motivo, as palavras ditas pela criatura aqueceram o coração da garota e a fizeram sorrir involuntariamente. Ela então levou a mão à pochete que ainda estava presa à cintura e desta retirou uma pokeball.
                   

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    1. Yoo Carol

      Cá estamos ainda no mar. Eu juro que os protagonistas vão desejar terra firme por vários dias haushuashuahus

      Achei todo lindo esse arco do Briney e sua história, na verdade fiquei super emotiva em ver esse romance e em como você retratou isso com tanta delicadeza nas palavras que os flashbacks pareciam uma alívio no meio da tempestado.

      Eu juro que quase surtei com o Brendan se afogando, protect my baby ;-;

      E O PEEKO EVOLUIU! E EU ACHEI ISSO TÃO INCRÍVEL QUANTO A MAY DOMINAR UM EXERCÍTO DE WAILMER HAUSHUASHUAUHS vou admitir que me arrepiei todinha com essa cena.
      Bem-vinda Theodora <3

      Excelente capítulo Carol. HORA DA SEGUNDA INSÍGNIA <3

      See ya

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      1. E eles desejaram mesmo haha, fiz questão de dar a esses coitados pelo menos uma semana de viagem em terra pra ver se os bixinhos descansam um pouco.
        AAAA fico muito feliz que você tenha gostado, tive muito cuidado ao escrevê-lo para deixar o mais delicado e realistico possível.
        Pobre Breno, MAS QUEM MANDA NÃO SABER NADAR.
        O Peeko evoluir foi uma coisa que me passou pela cabeça a primeira vez quando eu estava começando a escrever o arco e devo admitir que gostei muito da ideia porque faria sentido e não me lembro de ter visto outras fics com o ele evoluindo.
        QUEM PRECISA DE KYOGRE QUANDO TEM UM EXÉRCITO DE BALEIAS?

        Obrigada pelo elogio e comentário, Star! Até o próximo capítulo <3

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    2. Ainda bem que a May não estava ficando louca, sabe, ela pulou no oceano em meio a tempestade, sei que ela seguia a 'voz' que a chamava, mas se fosse coisa da imaginação dela, ela teria encontrado Lys na água...


      Olá Carol! Como está? Semaninha do fique em casa foi ótima! Será que devemos agradecer o Corona?

      Adoro o wailord, mas nunca pensei em dar um a um dos meus personagens pois eu não saberia como usar ele em balhas o.o espero que as lutas da may me inspire a dar Estes poke a um secundário para uma batalha futura.

      Gostei da evo do peeko e da história paralela do casal, foi um belo final com a visão da Lyz espiritual.

      Até a próxima.

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      1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk imagina se ela tivesse ficando louca mesmo, agora teríamos apenas 2 protagonistas.
        Só o corona mesmo pra fazer todo mundo postar numa mesma semana, fiquei muito feliz de todos terem se disposto a participar. Agora vamos para nossa terceira semana de pestoagem AAAEEE
        Na verdade, nem eu sei ainda como vou usar uma Wailord em batalha, mas a criatividade do ser humano está aí e vou te que dar meu jeito. Espero conseguir fazer um bom trabalho quando chegar a hora haha
        Fico feliz que tenha gostado Anan. Muito obrigada pelo comentário! Até o próximo capítulo!

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    3. Oie Carol, tudo bom?

      FINALMENTE ESTOU ATUALIZADO EM NPH, MAS VOCÊ TINHA QUE COLOCAR JUSTO ESSE CAPÍTULO PRA ACABAR COMIGO ;-;

      Admito que chorei um pouquinho no decorrer do capítulo, toda a história do Briney e da Alyssa mexeram com meu coraçãozinho e agora eu estou aqui todo emotivo ;-;

      Gostei mt do capítulo, AGORA EU CONHEÇO A THEODORA, E GRAÇAS A ELA E OS WAILORD ELES ESTÃO VIVOS, mas ainda assim é curioso pensar sobre ela, dizendo ter esperado a vida inteira pela May, seria May a rainha das Baleias? Quem sabe.

      Eu adorei as transições entre o que acontecia no presente e as memórias do Briney, tão fofinho ver esses momentos entre eles ainda que tão triste, mas foi legal conhecer o que rolou com a esposa dele, e no final fica a dúvida se ela se jogou ou foi levada pelo mar, acredito que ela tenha se jogada da mesma forma que a May, meio que aceitando que ia morrer e queria que fosse no mar, algo mais ou menos como o que o Briney tentou fazer saindo sem combustível, os dois queriam que suas histórias acabassem no mar e nesse navio, ou pelo menos eu interpretei assim kkk

      E o menino Brendan quase virou comida pra Sharpedo, mas graças a nosso velhinho preferido foi salvo, eu tava vendo a hora alguém fazer boca a boca nele e ele levantar cuspindo água e reclamando de ter sido salvo assim hauahauahaushaua

      Acho que é isto, agora que estou atualizado aguardarei ansioso pelos próximos capítulos :3

      See Ya

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      1. AAAAAAEEEEE ESSE MENINO GROVY É O MEU ORGULHO <3 <3
        NÃO FOI CULPA MINHA, NINGUÉM MANDOU O JOGO COLOCAR ELES PRA IREM DE BARCO COM UM VELHO, eu que lute para criar uma história legal com base nisso.
        Agora não sei se fico triste ou feliz por ter conseguido emocionar alguém O-O''. Acho que vou ficar feliz, pois isso significa que minhas palavras conseguiram te afetar de alguma forma.
        A THEODORA E SEUS WAILORDS TOMARAM O CAPÍTULO TODO AAAAAAA MAY RAINHA fez acontecer ao vivo.
        Eu deixei a interpretação aberta ao leitor dessa cena. Apesar de eu mesma saber o que aconteceu, decidi deixar vocês imaginarem o que mais conforta seus coraçõezinhos. Essa transição de cenas entre o real e o imaginário foi feita para que os leitores associassem os momentos paralelos e para que as cenas se confundissem na cabeça do próprio Briney.
        Pobre Breno, enquanto a May se joga o pobrezinho é levado. O menino nunca teve chance. Cara, eu juro q pensei em fazer essa cena da respiração boca a boca, mas ia dar uma treta braba e vocês não perdem tempo em fazer piadas.
        Obrigada pelo comentário Grovy. Agora é só aguardar tudo o que está por vir <3
        Até os próximos capítulos!

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    4. Carol, vim aqui deixar um comentário, mesmo que curtinho, depois de tanto tempo.

      É o seguinte, minha diva, vamos lá. Aqui temos a continuação da Saga do Barco do Briney, e temos nossos protagonistas se fudendo novamente. Eu acho que o mais marcante nesse cap é termos algo que eu não me lembro de ter visto em outra fic: O Wingull do Briney evoluir pra Pelliper. Porra, essa foi de matar. Lindo.

      Mas basicamente o que rola no cap é todo um desespero pra se salvarem, alguns de nossos heróis indo pra água e quase se afogando, mas tudo se solucionando. Ao fim do cap May revela Theo, the Wailmer E APARECE UMA PORRADA DE BALEIA BICHO, SÓ DISSO O CAP MERECE OURO!

      Acho que é isso, desculpa o comentário pequeno, mas tu sabe minhas opiniões gerais sobre ele. Valeu aí Carol, e até!

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      1. Oi Napo! Saudades de você por aqui <3
        Nossos protagonistas estão sempre se fudendo, por mais que eu lute a vontade de fazer alguma coisa dando errado é maior do que qualquer coisa. A evolução do Peeko foi um dos auges desse capítulo. Até o fato de procurar uma imagem para ele foi emocionante.
        Brendan não sabe nadar, Maysa e o veio se jogando no mar foi uma confusão aquática. EU MERECIA UM MELHOR CAPÍTULO DA TEMPORADA POR TER UM FUNKING EXERCITO DE BALEIAS.
        Obrigada pelo comentário Napo, só de ter você de volta comentando já me deixa feliz <3
        Até!

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    5. CAROL DO CÉU QUE CAPÍTULO FOI ESSE MULHER, EU TÔ ME DE-BU-LHAN-DO EM LÁGRIMAS AQUI COM OS FLASHBACKS DO BRINEY E DEPOIS COM AS TRANSIÇÕES PARA O TEMPO ATUAL E MEU DEUS PEEKO LANÇOU A BRABA E TRANSCENDEU, ELE EVOLUIU PRA PELIPPER E EU ACHEI ISSO SIMPLESMENTE INCRÍVEL
      Agora chega de caps kkkk
      A angústia, o desespero, a agonia, a tempestade, literalmente, eu consegui sentir tudo isso ao longo das cenas tensas deles no mar, as crianças caindo na água e quase morrendo afogadas (alguém ensina o menino Breno a nadar logo, por favor) e uau, do nada um deus ex machina em forma de Wailmer e aquela manada de Wailord, Carola minha querida, esse tá sendo o melhor capítulo desta temporada, merece o mundo este capítulo, amo ele demais.

      Nem sei mais o que comentar, vou direto para o próximo.
      Abraços Carol, amei este capítulo e quero mais capítulos assim no futuro.

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      1. AAAAAAAAAAAA EU FICO MUITO FELIZ EM SABER QUE CONSEGUI DESPERTAR ESSES SENTIMENTOS EM ALGUÉM, mesmo ficando triste por saber q vcs choraram
        Peeko transcendeu todos os níveis de secundarismo e virou um super-secundário, lenda por entre os pássaros aquáticos, a o pokémon jamais falado, a ave jamais igualada.
        Mas bem, nesse capítulo eu queria mesmo despertar toda essa mistura de sentimentos na cabeça de vocês, passar a mesma agonia que eu senti quando pensei nele.
        A manada de Wailords foi uma ideia tão aleatória que fiquei surpresa por vocês terem gostado tanto. haha
        Muito obrigada pelos elogios e comentários, Leucro. Até o próximo!

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    6. Oi, Carol! Há quanto tempo, hein?

      Bem, voltando para NPH no meio de um tempestade, ótimo modo de recomeçar.
      Primeiro, me repetindo, mas é realmente legal ver como você foi mais fundo com o Briney, se é que você me entende. Não sei se ele vai voltar para a história depois desse arco, mas foi legal já.
      E ainda acho engraçado como o Brendan não sabe nadar, me lembra como cresci em uma cidade ribeirinha e nunca aprendi a nadar. Mas no caso dessa tempestade nem adiantava.
      Tivemos que ter uma intervenção para salvar nossos protagonistas, mas apesar disso, lembro de pelo menos uma cena que remetia a conexão da May com o mar. Agora vamos ver como isso vai ser trabalhado.
      E é isso, pode demorar, mas eu chego nos atuais. Até a próxima!

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