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- Capítulo 14
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Ainda
era muito cedo naquela manhã quando May despertou em seu quarto no Centro
Pokémon. Abrindo vagarosamente os olhos, a garota contemplou as paredes alvas
até reunir coragem suficiente para levantar. Ao seu lado, na cama de solteiro,
a pequena Skitty ressonava tranquilamente, sem se preocupar por estar ocupando
quase 60% do espaço disponível na cama por estar toda esticada. Moveu-se
lentamente para o lado oposto tentando levantar sem acordar a gata e, quando o
fez, dirigiu-se ao pequeno banheiro para trocar-se e escovar os dentes.
Naquele dia,
May e Juliana haviam combinado de ir até a rota 116, onde esperavam que ela
conseguisse capturar mais um pokémon e treiná-lo para o concurso que seria em
três dias. Não haviam comentado nada a Brendan pelo fato do mesmo já ter ido
dormir no momento em que decidiram e May esperava em seu interior que a negra
não houvesse falado, ainda não sabia se queria a presença do garoto perto de
si.
Assim que
acabou de se trocar e fazer sua higiene matinal, foi até sua Skitty enquanto
penteava os cabelos. Cutucou-a enquanto chamava baixinho para despertá-la. A
gata moveu-se e virou o rosto para sua treinadora com uma expressão de
desagrado por estar sendo acordada tão cedo. Em seguida se levantou,
espreguiçou o pequeno corpo peludo, caminhou até a coberta mais próxima, onde
entrou e enrolou-se debaixo dela. May revirou os olhos e retirou a coberta,
revelando uma pequena bola rosada peluda.
– Pode ficar
aqui se quiser, mas estou indo treinar – Disse May enquanto amarrava o lenço na
cabeça. A gata deu um miado resignado em resposta e arrastou-se lentamente de
baixo dos panos. A garota pegou sua Premier ball e chamou a pokémon de volta,
saindo do quarto em seguida.
No centro não
havia quase ninguém acordado naquela hora, por isso o silêncio era quase
absoluto, quebrado apenas pelo som de seus passos. Ela deixou seus pokémons na
recepção para serem alimentados e foi até o refeitório, onde encontrou a amiga
já acordada. Tomaram um café da manhã reforçado e logo se dirigiram até a a
enfermeira para pegar seus pokémons e partir para a rota.
– Você disse
ao Brendan que iríamos treinar agora pela manhã? – Perguntou a mais nova, sem
conseguir conter a curiosidade.
– Eu bati na
porta dele agora de manhã, mas acho que ele não me ouviu. De qualquer maneira,
deixei um recado para ele por baixo da porta pra procurar a gente quando
acordar – May apenas assentiu com a cabeça.
Elas
pegaram seus pokémons com a enfermeira e se dirigiram até a saída do prédio. O
estacionamento estava praticamente vazio, bem como as ruas ao seu redor. Alguns
garis passavam pela rua conversando animadamente entre ele enquanto varriam o
lixo acumulado no dia anterior. Logo aquelas calçadas estariam tomadas de
pessoas que se dirigiriam ao centro comercial para ir ao trabalho ou fazer
compras.
–
Podemos ir ao Pokemart antes de ir para a rota? Minhas poções e antídotos estão
quase acabando e temo que talvez precisemos deles durante o treino – Sugeriu a
mais nova.
–
Claro, baby. Temos bastante tempo hoje – Assentiu a outra enquanto tomavam o
caminho oposto ao qual iam inicialmente.
***
Algum
tempo depois, em seu quarto, Brendan acordava de um sono tranquilo. Talvez a
boa qualidade dos objetos daquele Centro tivesse influência nisso, já que havia
dias em que dormira em uma cama tão confortável. Espreguiçou-se demoradamente
na cama e pegou o relógio sobre a mesa de cabeceira, vendo que já era um pouco
mais tarde do que o horário que estava acostumado a acordar. Esfregou os olhos
com os nós dos dedos e levantou-se, indo ao banheiro para se preparar para mais
um dia.
Quando
já estava devidamente vestido foi que notou o papel dobrado que se encontrava
no chão em frente à porta. Abaixou-se e pegou-o, imaginando quem havia deixado
ali. Não reconheceu a letra a princípio, mas o nome assinado no final do
bilhete dizia por quem fora mandado.
Permaneceu
olhando alguns segundos para o papel em suas mãos, enfiando de qualquer jeito
no bolso logo em seguida. Não sabia se iria ao encontro das garotas, não
parecia animador ficar vendo-as treinando e procurando por pokémons por horas a
fio. Por outro lado, não tinha nada para fazer, então qualquer coisa que
surgisse para matar o tempo seria melhor do que ficar parado olhando para o
teto de seu quarto.
Ainda
perdido em seus próprios pensamentos, tomou seu café da manhã lentamente. O
centro naquele horário já estava mais movimentado, em sua maioria por treinadores
que pareciam ser mais jovens do que ele. Sua mente se encontrava tão dispersa
que mal viu um garoto, que devia ter aproximadamente 10 anos, se aproximar.
–
Oi! Você é um treinador? – Perguntou com voz infantil. Isso despertou Brendan
de seus devaneios e ele dirigiu seu olhar ao menino.
–
Sou sim? Por quê?
–
Quer me enfrentar em uma batalha pokémon? – Perguntou e em seguida olhou para
os garotos sentados em uma mesma próxima que observavam a cena. Todos pareciam
ter a mesma idade.
–
Não, obrigado – Disse Brendan, voltando de novo seu olhar para a xícara em que
bebia.
–
Por que não? – O mais velho simplesmente deu de ombros.
–
Eu não estou interessado.
–
Mas você não é um treinador? Tem que fazer batalhas – Insistiu o garoto.
Brendan simplesmente revirou os olhos, começando a se irritar com ele.
–
Garoto, esse aqui é um Centro Pokémon. Está cheio de treinadores por toda parte
– Fez um sinal como o dedo para sua volta – Tenho certeza de que vai achar
alguém pra você importunar e conseguir sua batalha – Sem esperar resposta,
levantou com a louça suja e a deixou em área adequada.
O
sol já estava alto quando Brendan chegou à saída do centro após pegar seus
pokémons. Para seu desagrado, muita gente caminhava pelas ruas em frente ao
estacionamento, sinal de que o centro comercial deveria estar do mesmo jeito.
Ele detestava andar entre multidões e detestava o intenso barulho produzido por
lojas ao anunciarem seus produtos. No entanto, ter que ficar esperando dentro
de seu quarto sem nada para entretê-lo parecia muito pior.
Sem
um destino certo, o caminhou pelas ruas mais vazias observando tudo ao seu
redor. Ficava quase evidente a riqueza da maioria dos moradores dali quando
observava os preços da maioria dos produtos vendidos. Por sorte, os itens para
pokémons ainda mantinham um preço regular e ele conseguiu abastecer com tudo o
que lhe faltava.
Conforme o
avançar da manhã, o tempo foi ficando cada vez mais quente e ele decidiu parar
em uma lanchonete para comprar um refrigerante. Com a bebida em mãos, andou até
uma pracinha próxima onde se sentou em um banco e ficou a observar pequenos
Oddishs e Shroomishs saltitando de um lado para o outro ao redor do irrigador
automático. Foi então que uma ideia de repende se acendeu em sua mente e ele
soube onde poderia ir.
Levantou-se e
andou até uma dupla de mulheres que havia passado por ele, por elas se informou
a localização da Corporação Devon. Não estava muito longe dali, em poucos minutos
seus olhos já visualizavam o prédio que era o mais alto e também o mais belo da
cidade. Possuindo dezenas de andares, aquela era uma das maiores empresas do
mundo, abrangendo não só a área de mineração como ressurreição de pokémons
fósseis e desenvolvimento de tecnologias para treinadores. Conforme foi
caminhando, o garoto percebeu que o prédio se encontrava bem mais longe do que
ele imaginava e que o fato de tê-lo visto rapidamente foi pelas grandes
dimensões do lugar.
Quando
finalmente alcançou o local, já estava ofegante e uma pequena gota de suor
escorria por sua face. Ele já estava subindo uma pequena escadaria para entrar
no prédio quando um corpo se chocou contra o seu com tamanha força que o lançou
ao chão. Ele olhou para cima para ver quem o derrubara, mas não viu seu rosto,
pois o mesmo estava coberto por um capuz vermelho com um M no peito.
– Saia da
frente, seu imbecil – Disse a voz agressivamente. Brendan ia responder que fora
o outro que esbarrara com ele, mas o homem já estava longe.
– Louco –
Comentou baixinho enquanto se levantava.
Suas roupas
haviam adquirido um pouco de poeira, a qual ele limpou rapidamente para não
passar uma impressão ruim. Assim que entrou pela portaria, se deparou com a
luxuosa recepção de paredes brancas e móveis escuros, deixando bem evidente o nível
do lugar onde se encontrava. Na recepção, duas mulheres trabalhavam em seus
telefones e computadores enquanto atendiam os clientes. Ele esperou
pacientemente por sua vez e foi atendido pela de cabelos loiros.
– Com licença.
Pode me informar em que andar encontro o Sr. Jonas White?
– Trigésimo
nono andar – Respondeu a mulher sem dirigir os olhos para ele.
Brendan
caminhou até um dos três elevadores e apertou o botão que correspondia ao andar
referido. A parede do fundo do elevador era de vidro, permitindo com que ele
tivesse uma bela visão da cidade, bem como de seus campos rurais e rio. Ao
contemplar tudo isso, suas pernas tremeram. Poucas vezes comentava isso para as
outras pessoas, mas estar em lugares altos o deixava nervoso. Ele tolerava alturas,
mas preferia manter os pés bem firmes no chão.
Uma pequena
campainha tocou quando o elevador parou, anunciando a chegada ao andar correto.
Eles saiu da caixa metálica o mais depressa possível e caminhou até uma segunda
recepção, onde havia apenas uma moça de cabelo negro trançado. Ela levantou os
olhos dos papéis que lia assim que percebeu a aproximação do jovem.
– Bom dia!
Posso ajudá-lo em alguma coisa? – Perguntou olhando-o por trás dos óculos de
grau. Certamente avaliava-o mentalmente enquanto questionava-se internamente
sobre o porquê dele estar ali.
– Acho que
sim. Procuro o Sr. Jonas White – Respondeu distraído enquanto observava o
ambiente ao seu redor.
– Você tem
hora marcada? – Perguntou com certo desdém. Brendan deu de ombros.
– Não, mas ele
disse que eu poderia vir aqui visitá-lo quando quisesse.
– Bem, se não
possui hora marcada, o Sr. White não poderá atendê-lo. Ele está muito ocupado em
suas pesquisas nesse momento.
– Você não
poderia ao menos anunciar que estou aqui? Meu nome é Brendan Birch – Insistiu
Brendan, já demonstrando uma leve chateação pela resposta grossa da secretária.
– Sem hora
marcada, sem atendimento. Agora me deixe voltar ao meu trabalho – Ela voltou a
ler, fingindo que ele não estava ali.
O garoto não
respondeu, apenas caminhou até o assento mais próximo e acomodou-se ali.
Percebendo que nada foi dito, ela tornou a erguer seu olhar e o viu folheando
uma revista tranquilamente.
– O que acha
que está fazendo? – Perguntou, a voz mostrando-se visivelmente irritada.
– Você disse
que ele está ocupado e como eu não tenho nada pra fazer, ficarei aqui esperando
– Deu um sorriso debochado – Não se preocupe, não irei incomodá-la.
– Escute aqui,
garoto... – Começou ela, mas foi interrompida pela voz vinda da porta a sua
esquerda, que acabava de ser aberta.
– Janine, você
poderia ligar para a Microns e confirmar a entrega dos microchips P-932?
Estamos com uma linha de produção acelerada e temo que eles não cheguem dentro
do prazo estabelecido – Pediu Jonas em tom simpático.
– Sim, senhor
– Assentiu a moça, já pegando sua agenda para procurar o número.
Foi aí que o
homem notou a presença demais alguém na sala e, ao ver que era Brendan, seu
rosto alegrou-se. Andou até o rapaz, estendendo a mão para cumprimentá-lo.
– Brendan! Que surpresa vê-lo por aqui – Disse
enquanto balançava a mão do jovem – A que devo a honra desta visita?
– May e
Juliana foram treinar ou algo parecido hoje cedo. Como eu não queria ir, pensei
que seria uma boa ideia vir aqui – Ocultou o fato de não possuir mais nada para
fazer para não ser rude.
– Fico bem
feliz com sua visita. Já está quase na hora do almoço, mas posso lhe mostrar
algumas coisas daqui – Apontou para a porta por onde entrara – Quer ver como
revivemos os nossos fósseis? É um processo extremamente interessante.
No entanto,
antes que Brendan tivesse a chance de responder, um alarme soou tão alto que
ele teve de levar as mãos aos ouvidos. A porta de um dos elevadores por onde
entrara se abriu e por ela entrou uma bela moça de cabelos castanhos bem curtos
e olhos de mesma cor. Ela carregava em mãos uma pasta de cor amarela e pareceu
aliviada ao ver Jonas ali.
– Senhor,
temos um problema! – Falou em sua tom de desespero.
– O que houve,
Lorraine? – Questionou o homem, preocupado com o estado de sua cientista.
– Eddie foi
encontrado desmaiado em seu laboratório com um ferimento em sua cabeça.
Encontrei-o quando estava indo pegar os papéis de nosso último projeto – Ela
passou as mãos pelo cabelo em nervosismo – Depois de ajudá-lo, não os encontrei
por lá. Tenho quase certeza que foram roubados – A postura de Jonas mudou
completamente, assumindo uma seriedade que até então não havia sido vista por
Brendan.
– Eddie já
acordou? Ele disse alguma cosia?
– Quando eu o
deixei com o médico da empresa ele estava em estado semiconsciente. Falava da
Team Magma e sobre um homem de capuz vermelho – O corpo de Brendan arrepiou-se
com a lembrança do encontro ocorrido alguns minutos atrás.
– Você já
consultou a segurança? – Perguntou Jonas.
– Eu liguei
para que eles vejam nas filmagens se há alguém que bate com a descrição e pedi
para que me enviassem o mais rápido possível, caso encontrem algo – Jonas
assentiu com a cabeça.
– Fez bem –
Elogiou – Irei ligar agora mesmo na delegacia e informar sobre o roubo. Tenho
alguns contatos lá que talvez possam vigiar as saídas das cidades.
Ele pegou seu
celular e se afastou dos outros dois, que ficaram olhando um para o outro sem
saber o que dizer. A mulher ainda estava visivelmente nervosa com o que havia
acontecido com seu colega de trabalho. Jonas conversava rapidamente no telefone
e suas palavras eram incompreensíveis, mas no rosto era nítido um alto nível de
preocupação associada a raiva. Brendan ficou imaginando se aquele era o melhor
momento para ir embora, ainda sem saber se deveria falar sobre a figura que
esbarrou nele.
Alguns minutos
depois, Jonas voltou até eles. Seu rosto estava um pouco pálido e claramente
parecia abalado. Olhou para sua cientista que aparentava estar quase tento uma
crise de ansiedade.
– A polícia chegará
aqui em alguns minutos – Sentou-se de qualquer jeito no sofá – Liguei para um
amigo que trabalha patrulhando as rotas e ele disse que ia pedir aos outros que
ficassem atentos com a descrição, mas que ele acha que viu uma figura parecida
correndo para rota 116.
– E porque ele
não o parou? Isso é uma atitude suspeita – Disse a moça, indignada.
– Ás vezes não
é. Ele também não teve tempo de averiguar direito a situação, pois estava
lidando com um bando de motoqueiros baderneiros – Suspirou – De qualquer modo,
ele não pode sair de seu posto para procurar um suspeito sem autorização. Disse
que mandará alguém o mais depressa que conseguir.
Mais um
calafrio percorreu o corpo de Brendan e ele retirou o papel que havia enfiado
no bolso mais cedo. O ladrão estava indo para a mesma rota onde as meninas
estavam. Se fosse qualquer outra pessoa, ele não se preocuparia tanto, mas elas
eram como um imã para problemas. Qualquer coisa perigosa num raio de três quilômetros
certamente irá em direção a elas.
– Eu preciso
ir – A voz do adolescente saiu como um sopro, mas foi suficiente para que Jonas
notasse e voltasse novamente sua atenção para ele. O mais velho estendeu o
braço e tocou no ombro do treinador.
– Me desculpe
por não poder mais mostrar-lhe o que havia mencionado, Brendan. Infelizmente
essa situação está sob minha responsabilidade e preciso resolvê-la – Deu um
suspiro cansado – Eu gostaria muito que você voltasse aqui em outra ocasião.
– N-Não tem
problema, está tudo bem – Respondeu ele, sem prestar muita atenção ao que o
homem dizia – Eu venho aqui outro dia. Obrigado por me receber – Deu um pequeno
sorriso no fim para tentar parecer mais convincente.
Sem esperar
por resposta, Brendan virou-se e andou rapidamente até o elevador mais próximo.
Seu nervosismo aliado ao medo de altura o fez fechar os olhos e bater o pé
ritmicamente enquanto tentava pensar em qualquer outra coisa que não fosse a
situação em que se encontrava. Esqueceu-se de mencionar a Jonas o que havia
visto, mas isso fora até bom. Talvez se soubesse que o rapaz sabia quem era o
ladrão, teria tentado impedi-lo de sair dali de alguma forma. Mesmo sem
argumentos convincentes, o Administrador possuía poder suficiente para isso.
Pareciam ter
ocorrido horas do momento que ele entrara no elevador até atingir o andar térreo,
mas finalmente ele pode sair daquela caixa de morte. Andou o mais calmamente
possível em direção à saída para que não o considerassem um suspeito e
informou-se com o segurança do prédio qual era a localização da rota, alegando
ir treinar seus pokémons. Com a informação em mãos, andou o mais devagar que
conseguiu até virar a esquina e, assim que notou estar fora do campo de visão
dos seguranças, começou a correr o mais rápido possível. Esperava que não fosse tarde demais para
impedir suas amigas de entrarem em algum problema.
***
O
sol estava forte naquele final de manhã e ameaçava esquentar mais conforme o
correr das horas. A rota 116 era uma das mais curtas do continente, fazendo a
ligação da cidade de Rustboro com uma grande montanha que separava-a de
Verdanturf. No entanto, era uma das rotas mais cheias de treinadores quando
comparada as outras pelo seu tamanho. Muitos deles eram estudantes da escola
que já possuíam pokémons e iam até ali para treinar suas habilidades mais
tranquilamente. Alguns até mesmo reconheceram May da batalha contra Roxanne e
parabenizaram-na pela conquista da insígnia. Era estranho para a morena receber
tanta atenção.
Como
haviam se alimentado pela última vez ao sair do centro, ambas estavam cheias de
fome e decidiram parar para almoçar. O lugar foi escolhido foi a sombra de uma
árvore de tamanho grande um pouco mais afastada da estrada principal. A relva
ali era mais curta, o que permitiu com que se sentassem no chão sem serem
pinicadas por suas folhas. Elas retiraram sanduíches de suas mochilas e
serviram ração para os pokémons que haviam passado por um duro treinamento
naquela manhã. Juliana ainda não havia capturado nenhum pokémon, mas Nigel
demonstrou uma melhora significativa de suas habilidades.
Ambas
comiam seus sanduiches despreocupadamente enquanto dividiam um cantil de água.
Uma leve brisa agitava a grama e acariciava-as com toques suaves enquanto eram
protegidas pela sombra. Se não fosse por Skitty ter parado de comer
repentinamente e balançado as orelhas olhado para uma região específica, elas
nunca teriam notado a criatura que viram a seguir.
Uma
pequena criatura bípede de coloração rosa trazia em suas mãos um belo exemplar
de Oran Berry. Possuía orelhas imensas com as pontas de coloração amarela,
mesma cor da ponta dos pequenos e desajeitados pés. Ele carregava sua fruta
despreocupadamente enquanto ia a uma direção específica. May sacou sua pokédex
para se informar qual era aquele pokémon, esperava que o som do aparelho não o
assustasse e o fizesse fugir.
“Whismur é muito tímido. Se começar a
chorar alto, se assusta com o próprio choro e chora ainda mais. Seus gritos
igualam-se a um avião a jato em volume. Respira através de seus canais
auditivos e por esse motivo, pode chorar continuamente sem perder o fôlego.”
O
pokémon parou de andar assim que o som da voz saiu do aparelho. Uma de suas
orelhas levantaram-se e balançaram na direção delas, mas logo esta voltou a sua
posição original. May notou que aquela criatura não se parecia com a imagem
mostrada pela pokedéx, ele não parecia medroso e nem tímido, muito pelo
contrário. O pokémon virou-se e olhou para ambas, mas não pareceu nem ao menos
considerar que elas eram algum tipo de ameaça e prosseguiu sua caminhada com um
andar pomposo.
–
Ele é muito fofo, meu Deus! Quero pra mim! – Comentou a negra baixinho,
encantada pela fofura do pokémon.
–
Podemos ir atrás dele se você quiser. Só temos que tomar cuidado para que não
fuja – Respondeu May, ainda observando a criatura.
Porém
os planos delas não chegaram nem a ser pensados. Uma figura estranha surgiu
abruptamente por trás de um dos arbustos da rota. Parecia estar correndo muito,
pois não teve tempo sequer de ver o pokémon antes de se chocar com ele,
acabando por os dois caírem e rolarem pela rota. May e Juliana, bem como seus
pokémons assustaram-se, mas antes que tivessem qualquer tempo para reagir, o
homem chutou a criatura que havia parado a seus pés. Um grito furioso saiu de
seus lábios.
–
Pokémon estúpido! Aprenda a não entrar no caminho dos humanos, seu verme!
Levantou-se e
ajeitou a roupa vermelha e preta, bem como o capuz que ocultava o rosto
bronzeado. Procurou pelo envelope caído alguns centímetros a sua frente e,
quando o apanhou do chão, voltou a correr sem nem ao menos notar a presença das
jovens.
Assim que o
homem sumiu de seus campos de vista, ambas despertaram do susto e
levantaram-se, correndo na direção do pokémon. Assim que chegaram até ele,
viram que estava meio atordoado pela pancada e golpe recebido.
– Coitadinho,
eu devia ter pegado aquele cara e feito picadinho dele. Droga! – Falou a negra,
furiosa consigo mesma e com o homem maldoso. May olhou para o pokémon e então
novamente para pokedéx, notando algo que não havia percebido até então.
– É coitadinha.
Ela é uma menina – Sorriu enquanto pegava uma de suas potions e dava para a
criatura.
Bastaram
apenas alguns segundos para que a Whismur acordasse, levantando-se bruscamente.
Voltou seu olhar para direção na qual o homem havia seguido e começou a tremer,
seu rosto atingiu uma leve coloração avermelhada. Talvez alguns pensassem que
ela estava prestes a chorar, mas quando vissem os olhos da criatura, perceberiam
que estava bem longe disso. Ela estava furiosa.
– Whismuuurr –
Gritou a pokémon rosada e saiu correndo na direção daquele que a atacara
injustamente.
– Espere,
Whismur! – A negra pediu, mas já era tarde. A criatura já desaparecia por entre
a mata – Não podemos deixá-la ir atrás dele. O jeito que a chutou sem motivo
algum já mostra que seria capaz de coisas bem piores.
– Então temos
de ir atrás dela – Disse enquanto chamava seus pokémons de volta. Juliana
assentiu, chamando Nigel.
– Vamos!
E cumprindo o
destino esperado por Brendan, as garotas partem rumo ao encontro da Whismur e
consequentemente do ladrão dos documentos da Corporação Devon. O sol ainda
trazia uma sensação térmica alta, mas elas mal percebiam nisso enquanto os
corações bondosos preocupavam-se com o destino da pokémon rosada.
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Hei Ho, Carol!
ResponderExcluirCaraça, o capítulo mal começa e tu manda uma flag, e pouco em seguida aparece aquele Magma, fazendo com que já tivéssemos uma noção do que iria ocorre. E é nesse momento que a gente vê que o Brendam se importa com as amigas, e mostra que as conhece bem, porque já sabia que elas iam se meter numa furada.
E Carol, perdeu o desafio! Não cumpriu 1c per chap! (Piada interna)
Voltando ao assunto principal, o que vemos então no capítulo é mais um desenvolvimento com a Team Magma, que vai nos levar a muitos outros key events no futuro. Devo dizer que gostei do capítulo, que mostra que esses personagens já estão destinados ao problema, até quando não estão a fazer nada. (tô falando de você, Brendam, vai trabalhar, vagabundo! Zoas.)
Agradecido pelo capítulo,e até a próxima!
Oi Napo!
ExcluirApesar do Brendan ser daquele jeito que nós já conhecemos, ele gosta das meninas e se importa com elas, o problema é que não é comum ele demonstrar isso, muito pelo contrário.
Huehuehue ainda teremos isso, essa foi só a preparação para a entrada no ritmo frenético.
Sim, já estava na hora das equipes criminosas aparecerem ne? Esse evento do jogo é muito raiz, então eu queria aproveitar pra fazer a introdução de uma delas. Daqui a pouco a Aqua aparece tbm.
O poder do protagonismo tem suas vantagens e desvantagens, e uma das desvantagens é atrair situações onde possam usar seu poder de protagonismo haha.
Muito obrigada pelo comentário, Napo! Até a próxima!
Opa
ResponderExcluirMais um capítulo, mas Brendan, ótimo.
Bom, May ainda não perdoou completamente o companheiro de viagem, mas sei que esse dia ainda vai chegar.
Gostei personalidade personalidade do Whismur, tenho certeza que vai tentar altas interações quando entrar pra equipe.
Bom, vamos ver o que acontece com esse membro da equipe Magma, espero que tome uma coça.
Foi um ótimo capitulo e mal posso esperar o próximo.
Um dia a May perdoa ele. Ela é um pouco rancorosa, sei como é porque também sou assim huehue.
ExcluirA Whismur foi minha parte favorita de escrever do capítulo inteiro. Será que ela vai entrar na equipe? Será que a Whismur desaforada vai dar uma coça nele?
Em breve teremos o próximo por aqui! Obrigada pelo comentário!
Abraços!
Fala minha linda escritora!
ResponderExcluirComo tem passado sua semana?
Adorei o capítulo de hoje, cheio de eventos preparando um futuro de aventuras para nossos heróis.
Gostei dessa wishimur, eita bichinho simpático, espero que ela entre para o time, vai ser muito bom um Pokédex afobado para levantar a moral do povo e puxar eles para encrencas.
Mal posso esperar e ver o Brendan chegando para salvar o dia!
Ate o próximo capítulo!
Oi Anan! Eu estou bem, e vc?
ExcluirEsse capítulo foi um pouco diferente dos anteriores, dando um toque mais dinâmico e antecipando futuros acontecimentos durante a fic.
A whismur é uma figura, foi para mim a parte do capítulo mais divertida de se escrever. É a primeira vez que estou lidando com um pokémon com personalidade estourada e é até engraçado imaginar as possíveis reações dela.
Será que o Brendan vai ser herói? Finalmente fará algo de útil :D
Até a próxima, Anan! Obrigada pelo comentário!
Estou COMPLETAMENTE indignado com esse cara da Team Magma que chutou a tadinha da Whismur, sem perdão pra esse filho da puta, mas que ódio dos infernos!!! Ugh já o odeio muito e espero que ele sofra o ato de suas ações no próximo capítulo e que Whismur se recupere desse ferimento.
ResponderExcluirAmei ver Brendan todo debochado com a secretária do Jonas, também amei ver o Jonas todo sério trabalhando e depois chega outra funcionária, ai como eu amo o Jonas, quero mais capítulos com ele, amo que amo demais ele.
Já vou zunindo para o próx capítulo.
Vilão de equipe criminosa é aquilo né, a maioria é detestável. Sinto que vocês detestarão eles cada vez mais no futuro, mas não vou falar nada pra não ficar dando spoiler rs. VAMO DESCER A PORRADA NO MAGMA.
ExcluirBrendan é o personagem que odiamos, porém que não sabemos viver sem pois precisamos do deboche em nossas vidas. Jonas, porque tão fofo, ele acabou por se tornar para bem um personagem bem mais importante do que eu pretendia e agora ele está diretamente envolvido com o destino de Hoenn. Tem mais sobre ele ainda na primeira temporada, você verá e acho que irá curtir.
Yooo Carol
ResponderExcluirBrendan dorme mais do que eu e eu posso provar huauauhshushuas Muito legal ver um pouco dessa atenção dirigida a ele, a gente acaba conhecendo um pouco mais dele. Maneiro foi ver ele sendo estúpido com o menino pq não queria batalhar haushuashuaushauhs Delicado como uma mula.
OH, ENTÃO A TEAM MAGMA FINALMENTE VAI DAR AS CARAS! Estou curiosa para saber quais documentos importantes esse capanga pegou.
E eu confesso que ri quando o Brendan falou que as meninas atraem confusão haushashuashuahu
Ownnn, um Whismur gente <3 Eu adoro como eles são uma máquina de destruição com o Uproar, sempre tinha um na minha equipe :3 Espero que a Juliana consiga capturar ela.
Excelente capítulo, Carol, estou agitada pela continuação
See ya
Breno n presta nem pra acordar cedo o moleque huehue
ExcluirEle teve poucos momentos de destaque por esses capítulos quando se para pra notar, mas ele é tão difícil que acaba sendo uma figura marcante por onde quer que passe huehue. Coitado do moleque.
TEAM MAGMA/AQUA EM RUSTBORO É CANON e eu não podia fazer diferente huehue. Os objetivos dos Magmas serão ocultos por enquanto (nem eles mesmo sabem o que roubam no game). Não importa onde seja, tudo num raio de 2km de perigoso vai em direção às garotas, o Breno sempre esteve certo.
Whismurs são maravilhosos e fortes e a Ju rainha merece um pq eu decidi que merece huehue.
Muito obrigada pelo comentário, Star! Até o próximo cap!