• segunda-feira, 24 de dezembro de 2018



                    Já passava do meio dia quando May finalmente abriu os olhos para contemplar aquele dia novo. O local em que estava era desconhecido a ela e vários minutos se passaram para que ela pudesse situar-se de onde se encontrava. Estava em um belo quarto com paredes bege claro e móveis brancos, com uma grande janela coberta por uma cortina de cor branca. Ao seu lado, uma pequena escrivaninha com um vaso com diversos de tipos de flores em de diferentes tonalidades dava uma delicadeza ao local, assim como preenchia-o com um doce e suave perfume. Ao seu lado, havia um colchão onde Juliana dormia tranquilamente, sem parecer se importar com a claridade que preenchia o quarto todo.

                    May lembrava-se bem da noite anterior apesar do sono e do cansaço que sentira na véspera. O homem que havia se apresentado como Jonas os tirara da floresta de Petalburg e os trouxera de madrugada para uma bela casa na beira da rota 104. Sua mulher ainda estava acordada pela preocupação com ele, mas ao vê-lo chegar com três adolescentes de aspecto assustado, dirigiu sua atenção aos três, oferecendo-lhes uma pequena refeição noturna, banho e lugar para dormir. May dormira no quadro de hóspedes com Juliana e Brendan ficara com o sofá da sala que ela adaptou com lençóis e travesseiros para que ficasse confortável para o menino.
                    Ainda insegura e um pouco tímida de descer e encarar os desconhecidos que os ajudaram. May rolou na cama e olhou para a amiga, chamando seu nome de modo baixo e suave para que a mesma não acordasse assustada.
                    –Ju... Ju... Ju, acorde – Chamava baixinho tentando fazer a amiga despertar. Precisou chamar mais algumas vezes para que a mesma abrisse lentamente os olhos e, assim como ela, se situasse de onde estavam.
                    – May... Aconteceu alguma coisa? – Perguntou bocejando.
                    – Não... Me desculpe ter te acordado... – Parecia ser meio bobo agora que saia de seus lábios, atrapalhar o sono da amiga sem um motivo relevante. Mesmo assim decidiu falar a verdade – É que eu fique meio nervosa de descer lá embaixo sozinha, mesmo eles tendo nos ajudado, não sabemos nada sobre eles e eu tenho vergonha...
                    – Tudo bem, baby. Arceus ajuda quem cedo madruga, apesar de eu achar que agora não é cedo – Respondeu a negra esfregando os olhos em uma tentativa de despertar mais rápido.
                    – Nossa! Já passa das 13. Acho melhor levantarmos mesmo – Dizendo isso, ambas levantaram-se e se trocaram. May ficou um pouco tímida em trocar se trocar na frente da amiga e foi para o pequeno banheiro do quarto. Juliana não se importou, ainda não estava totalmente à vontade em se trocar na frente da outra.
                    Assim que ambas se vestiram e fizeram sua higiene matinal, elas saíram do quarto e se dirigiram a um corredor pequeno com algumas portas, sendo que o final dele terminava em uma escada. As paredes eram todas pintadas em um tom amarelo claro e o chão de madeira escura envernizada. Não havia sons de conversa na casa, mas um som que parecia vir de uma televisão era possível de ser ouvido no andar de baixo. Elas desceram as escadas e se depararam com uma sala de tamanho médio, porém bem decorada. De costas pra elas e deitado em um sofá verde, Brendan assistia um canal de notícias famoso da região. Ao ouvir o som de passos, o garoto se virou e viu as amigas.
                    – Finalmente vocês acordaram. Tem comida na cozinha e Ellie disse para irmos até a floricultura assim que comerem – Disse ele em tom monótono sem deixar de reparar nos lábios crispados de May e no olhar frio que ela lhe dirigia.
                    – Boa tarde, Brendan! – Cumprimentou Juliana – Quem é Ellie e que floricultura?
                    – Ellie é a mulher de Jonas, dona da casa. Ela trabalha em uma floricultura aqui do lado da casa – Explicou ele de modo simples e dando de ombros. Voltou seu olhar para televisão, não que realmente estivesse interessado no que passava, mas não estava suportando o olhar da outra em si.
                    As garotas se dirigiram a cozinha conjugada com a sala e se deparam com um belo café da manhã com diversas coisas de aparência apetitosa. Comeram bem até saciar sua fome, que era bem grande devido a não terem comido quase nada desde a noite anterior. Um leve clima de tensão pairava no ar, era nítido que May estava irritada com Brendan e não desejava sequer a proximidade do menino. Juliana imaginava o porquê disso, mas achava que o melhor a fazer era não intervir e deixá-los resolverem sozinhos.
                    Assim que acabaram, os três saíram da casa. Fazia um dia claro e o céu estava limpo. Diante deles, estava um pequeno caminho que ligava a casa a estrada principal. Ele era coberto com calçamento de pequenos tijolos de tamanho regular e cercado por canteiros de lindos miosótis de coloração azulada que balançavam ao toque das brisas suaves. Ao longe, eles podiam ver a longa estrada que deixava a floresta a algumas dezenas de metros e se curvava para o norte, dirigindo-se a Rustboro. May sentiu um leve arrepio passar por seu corpo ao ver as árvores a distância, não haviam passado por experiências nada boas naquela floresta.


                    – Meninos! Que bom que acordaram – Uma voz chamou-os e eles se viraram, deparando-se com a mesma mulher que os acolhera na noite anterior. A luz do dia e após uma noite de repouso, o aspecto dela estava bem melhor. Possuía lindos cabelos castanhos amarrados e uma única trança e vestia uma blusa verde e calça preta, ambos cobertos com um avental marrom com o slogan da loja – Venha, Jonas está aqui dentro – Ela fez sinal para que os garotos a seguissem.
                    Por fora, a floricultura não era muito grande, mas ainda assim apresentava um aspecto charmoso. Sendo toda revestida de madeira clara, com mesas e cadeiras de ferro com tamanhos diferentes em sua entrada. Em cima de cada mesa ou cadeira, pequenos jarros de flores diversas estavam dispostos, de um lado diferentes tonalidades de amarelo e do outro de rosa. Ainda havia um cavalete de madeira escura no chão onde havia um quadro de giz onde estavam escritas as promoções da semana.
                    Por dentro, o local era tão ou mais belo que do lado fora, tendo suas paredes cobertas por papel de parede com o desenho de tijolos marrons cobertos com grossas camadas de cimento entre eles. A decoração era toda feita com móveis velhos reaproveitados, assim como caixotes de madeira geralmente usados para levar alimentos. Em uma parede, diversos vasinhos de plantas coloridos foram arrumados por cor formando um lindo degrade. Uma enorme variedade de flores estava distribuída pela loja, desde pequenos botões de rosas a orquídeas que chegavam a mais de um metro.


                    Jonas estava entre as flores com um grande saco de adubo, cuidando daquelas que ainda estavam em seus vasinhos e precisavam de atenção diária para sobreviver. Vestia roupas simples de trabalho com cor semelhante as da esposa. Quando viu o trio entrar limpou as mãos no avental e sorriu para eles.
                    – Eu espero que todos tenham passado uma boa noite, apesar dos contratempos – Disse ele enquanto ia lavar as mãos em uma das pias do fundo.
                    – Sim, senhor. Muito obrigada por nos ajudar e nos receber na casa de vocês – Falou May da maneira mais educada que pode. Sabia que na noite anterior não havia falado muito e não queria passar uma má impressão ao casal que tão gentilmente os acolheram em suas casas.
                    – Não precisam agradecer. Também tive a ajuda do Brendan enquanto estava na floresta então foi uma via de mão dupla – Secou as mãos em um pano e apontou com a cabeça para Brendan. May não voltou seu olhar para o garoto, ainda estava bastante magoada com as atitudes dele.
                    – Falando nisso, senhor – Juliana entrou na conversa – Desculpa a curiosidade, mas está me corroendo. Porque o senhor estava aquela hora na floresta e ainda desprotegido?
                    – É, querido... Porque? – Ellie deu um sorriso debochado e encarou o marido, esperando-o contar a verdade para os adolescentes.
                    – Bem, eu... – Ele passou a mão pela nuca por entre os cabelos negros – Eu estava saindo para treinar meu pokémon. Às vezes o trabalho na floricultura fica muito chato e eu dou uma fugida. Ontem eu estava por lá quando um bando de Taillows me atacou. Vocês chegaram a encontrar com eles?
                    – Acho que não vimos nenhum sinal deles enquanto estávamos por lá – Refletiu May, tentando se recordar dos momentos na floresta.
                    – Deve ser porque eles estavam atrás de mim querendo me comer vivo – Riu de sua própria piada – De qualquer forma, eu não ia ficar lá por muito mais tempo. O problema foi que perdi a pokebola com uns de meus pokémons e fiquei como um louco tentando encontrá-la...
                     A fala do homem foi interrompida pela abertura de uma pequena porta nos fundos da loja por onde entrava um linda pokémon de coloração verde que parecia uma fada. Ela caminhava sobre duas patas e seu corpo era todo coberto por folhagens verdes de aspecto saudável. Na ponta de cada braço de aspecto frágil havia uma grande rosa de cor vívida, uma vermelha e outra azul. Por fim, eu sua cabeça podiam ser vistos três espinhos de aspecto afiado que passavam a ideia de que, assim como as rosas, apesar de linda, também podia ferir. Ela carregar um jarro com lindas flores brancas.

    by: meluuarts

                    “Roselia atira espinhos afiados como projéteis em qualquer oponente que tenta roubar as flores em seus braços. O aroma deste Pokémon traz serenidade às coisas vivas.”
                    – Que lírios lindos Rose – Disse Ellie com um sorriso para a pequena Roselia, que pareceu brilhar de alegria – Você fez um ótimo trabalho.
                    – Roseeliaaa – Agradeceu sorrindo e depois parou para fitar os três jovens desconhecidos na loja de sua dona.
                    - Que coisinha mais lindaaaa – Os olhos de Juliana brilhavam e ela quase saiu correndo para apertar a pokémon. A planta deu um pequeno sorriso e desviou o olhar para o chão como se estivesse com vergonha. Era difícil saber, afinal pokémons não coravam.
                    – Espera um minuto. Você perdeu seu pokémon? Conseguiu encontrá-lo? – Interrompeu May, voltando o foco para Jonas cujo rosto assumiu uma feição triste.
                    – Infelizmente sim. Era um Shroomish, ele é meu pokémon há algum tempo. Em condições normais ele conseguiria achar o caminho para casa tranquilamente, porém tenho quase certeza de que ele estava na pokeball, o que vai tornar quase impossível achá-lo no meio daquela floresta – Suspirou Jonas, o pesar de ter perdido seu amigo pesava-lhe no peito.
                    May então retirou do cinto a pokéball que carregara desde a noite anterior, quando usara o pokémon em seu interior para ajudá-los na fuga. Apertou o botão central duas vezes para expandir e liberar a criatura.
                    – Por acaso seria esse? – Perguntou a menina, sorrindo. Assim que o pokémon viu seu treinador, correu imediatamente em sua direção e saltou em seu colo. Jonas abraçou, sem esconder a emoção que sentia ao reencontrar o pokémon que procurava a quase 24 horas. Agradeceu muito os adolescentes e eles apenas acenaram dizendo que não precisava agradecer.
                    – Ei, ontem você se apresentou como um dos administradores da corporação Devon. Por que está aqui? – Questionou Brendan, curioso a respeito do homem.
                    – Sim, eu trabalho lá, mas venho para cá às vezes para ver a Ellie. Ela detesta o movimento da cidade grande, por isso preferiu abrir sua floricultura um pouco mais afastada. Na semana ela tem suas ajudantes, mas às vezes elas estão de folga então aproveito que já estou aqui para ajudar – Explicou ele.
                    – Sua floricultura é realmente linda – Elogiou May, ainda encantada pelo lugar.
                    – Muito obrigada. É sempre muito bom receber elogios – Agradeceu Ellie enquanto organizava alguns papéis.
                    – Vocês estão indo para Rustboro, certo? Eu posso levá-los amanhã de manhã em meu carro se quiserem. Economizaria umas boas horas de caminhada para vocês e eu teria uma boa companhia.
                    – Nossaaaa, nós adoraríamos. Meus pezinhos iam agradecer e a May precisa ter logo sua primeira batalha de ginásio e eu meu concurso – Juliana respondeu animada. Os três ficariam muito satisfeitos de poder desfrutar do longo caminho no conforto de um automóvel no lugar de uma longa caminhada no sol quente.
                     – Falando nisso, logo terei minha batalha contra Roxanne e estou um pouco nervosa. Nunca enfrentei pokémons de pedra antes e os meus tem uma ligeira desvantagem contra esse tipo – Disse May demonstrando claramente o quão nervosa estava. Enfrentar um líder de ginásio não era nada fácil, enfrentar um com desvantagem de tipos seria pior ainda.
                    – E eu preciso capturar algum pokémon e treinar o Nígel – Suspirou Juliana. Esses dias nós deixamos um pouco o treinamento a desejar.
                    – Se se vocês quiserem treinar o fundo da floricultura, depois da estufa tem um pequeno campo. Às vezes aparecem pokémons selvagens por lá – Disse Ellie, indicando com o polegar a localização do lugar.
                    – May, quanto a Roxanne, acho que posso te ajudar um pouco – Jonas pareceu pensativo e retirou uma pokeball do bolso, apertando seu botão central logo em seguida.
                    De dentro dela saiu um pokémon redondo de aspecto mal-humorado. Possuía pele grossa repleta de minerais o que o fazia não só ter o aspecto de pedra, como também a mesma dureza. De seu corpo saiam apenas dois braços musculosos que terminavam em grandes mãos. O olhar sério e profundo deixava transparecer a personalidade dura do pokémon que já enfrentara batalhas perigosas para sobreviver no ambiente hostil de um caverna.


    Geodude, o pokémon pedregulho. Ele sobe caminhos de montanha usando apenas o poder de seus braços. Por se parecerem com pedras alinhadas, os caminhantes podem pisar neles sem perceber.”
                    Um vaso de planta de repente passou voando pelo ar na direção de Jonas e por pura sorte e algum reflexo ele conseguiu desviar a tempo de não ficar com um galo imenso na testa. Ellie o encarava com um olhar mortal e quase saiam chamas pela sua boca. Shroomish, que ainda estava no colo de seu treinador deu um grito assustado e saltou de seu colo para se esconder debaixo da mesa.
                    – Nem pense nisso, seu filho da mãe. Tá cheio de trabalho para você fazer aqui e muito mais ainda por ter saído ontem e me deixado preocupada.
                    – Mas querida, eu só queria ajudar a May a saber lidar com a líder de ginásio! – Ele respondeu ainda assustado por quase ter sido atingido.
                    – É? E quanto a ME ajudar? – Ela ainda estava furiosa, deixando a todos assustado e refletindo se aquele era o melhor momento para fugir.
                    – Prometo que vai ser só uma batalha rápida, não é Geodude? – O pokémon arregalou os olhos por ter sido incluído inesperadamente na conversa e concordou imediatamente na esperança de que não sobrasse nada para ele. A mulher pareceu acalmar-se um pouco e suspirou.
                    – O que eu faço com vocês... – Balançou a cabeça – Só uma batalha e depois você volta. Caso contrário prepare-se para ser atingido por mais do que um vaso.
                    – Se quiser posso ficar para ajudá-la – Ofereceu Brendan. Não que realmente estivesse interessado em flores ou algo do tipo, a verdade é que estava nítido para ele que May não queria sua companhia. Além disso, pouco o interessava assistir a longa sessão de treinamento das meninas. Seria melhor ficar na bela companhia de Ellie enquanto fazia qualquer coisa que pudesse ocupar sua mente.
                    – Eu não quero te dar nenhum trabalho, Brendan. Pode ir treinar com suas amigas – A mulher dispensou a oferta dele com um aceno.
                    – Ah, eu não vou treinar. Então qualquer coisa é melhor que ficar parado – Ele deu de ombros.
                    – Bem, já que você insiste, ficaria muito feliz se me ajudasse em algumas coisinhas por aqui – Ela sorriu agradecida, mas logo voltou ao modo enfurecido ao encarar o marido – Não pense que isso te livra do seu trabalho. Ainda sofrerá em minhas mãos!
                    Jonas sentiu um pequeno tremor percorrendo-lhe o corpo, mas apenas assentiu e rapidamente e deixou a loja, fazendo sinal para que o as meninas o seguissem. Roselia os seguiu com o olhar e, ao se virar para sua treinadora, recebeu um aceno positivo indicando que ela também poderia ir com eles.
                    – Vamos rápido antes que ela mude de ideia – O homem guiou-as para a parte do fundo da floricultura, após a estufa, onde realmente havia um campo um pouco aberto, apesar de a mata ser um pouco mais alta.
                    Juliana parou e olhou a redor, decidindo ficar um pouco mais afastada da dupla. Precisava de concentração para analisar os movimentos de Nigel e criar uma apresentação bonita que a ajudasse a vencer seu contest. Além disso, sua mente a incomodava com a necessidade de adquirir um novo pokémon e com o barulho que a batalha de May e Jonas faria, dificilmente eles se sentiriam atraídos para ir até lá.  Quando perceberam que a garota havia parado, os outros dois viraram-se para ver o que tinha acontecido. Ela fez um simples gesto para que seguissem.
                    – Vou ficar por aqui mesmo. Ainda não pensei nada sobre a apresentação de Nigel e não quero passar vergonha no concurso. Vou por minha cuca para trabalhar – Eles assentiram e continuaram a andar um pouco mais afastados. Roselia, no entanto, permaneceu perto da negra, olhando-a com uma expressão de curiosidade.
                    Ao observá-la, Juliana sorriu. Ela era realmente linda. Não era comum ver Roselias onde morava, apesar daqueles pokémons também viverem em Sinnoh. A maioria dos exemplares da espécie que vira era apenas pequenos Budews e os que já eram Roselias não possuíam aquela exuberância. Talvez o clima quente de Hoenn fizesse tivesse uma influência positiva que não existia nas montanhas geladas de sua região, fazendo com que as rosas da pokémon, assim como as folhas em seu corpo fossem muito mais vistosas e brilhantes.
                    – Você quer ficar por aqui comigo? Quer me ajudar no treinamento? – Perguntou  e a Roselia assentiu com cabeça em resposta – Muito bem. Nigel pode sair.
                    O pokémon azulado olhou ao redor sorrindo, satisfeito por não estar mais naquela floresta assustadora em que se vira no dia anterior. Ele sentia o perfume de flores pairando no ar e o calor do sol aquecendo sua pele úmida.
                    – Precisamos treinar para o concurso em Rustboro, pequenino. A gente não quer passar vergonha e receber umas tomatadas na cara, não é?
                    – Azuull – Respondeu o roedor, ainda incerto sobre a apresentação e o que teria que fazer.
                    – Então vamos lá, vamos ver quais são seus moves – Ela sacou do bolso uma pokedex de cor azul escuro e aparência antiga – Bubble Beam, Water Gum, Charm, Water Sport. Então vamos ver o que conseguimos fazer. Use o Bubble beam.
                    O rato azulado abriu a boca e dela saíram dezenas de bolhas brilhantes de coloração azulada que ficavam ainda mais belas quando tocadas pela luz do sol. Roselia, a alguns passos de distancia, olhava encantada com a beleza que o ataque sozinho proporcionara. Imaginava se conseguiria produzir efeito semelhante com seus ataques e esse pensamento que levou as rosas de sua mão brilharem e lançarem folhas verdes luminosas que cortaram o ar girando e se encontraram com as bolhas produzidas pelo azurill. O resultado foi uma chuva fina e rápida de brilhos verdes e azuis que logo foram levados pelo vento.
                    – Uau, isso foi muito bom – Elogiou a Roselia – Pena que nesse concurso não usamos pokémons combinados, pois você já teria me dado uma ideia - Nigel sorriu para a planta que retribuiu o sorriso enquanto recebia um carinho da garota.
                    – Rooooose!
                    – Eu ainda não pensei em como posso combinar esses ataques – Ela passou a mão pela cabeça, ainda encarando a pokedéx – A não ser que... Acho que já sei, mas precisarei de ajuda. Você topa me ajudar, Roselia? – Perguntou à pokémon que confirmou animadamente.
                    Enquanto isso, um pouco distante dali, May encarava Jonas e seu Geodude. Ele ainda não havia dito a maneira como poderia ajudá-la e isso estava preocupando-a. Sua cabeça trabalhava intensamente procurando uma estratégia para poder derrotar a líder do tipo pedra, mas o desconhecido ainda era um fator gritante. Nunca havia enfrentado uma batalha de ginásio, nem pokémons do tipo pedra e a batalha mais próxima que tivera disso consistiu-se em uma derrota humilhante para ela.
                    – Então tá, May. Eu acho que não temos muito tempo. Quais pokémons você pretende usar no ginásio? – Perguntou o mais velho sem rodeios.
                    – Pretendo usar minha Skitty e meu Dustox – Respondeu ela. Não era como se houvesse alguma opção. Ralts era muito novo para enfrentar uma batalha com o nível de uma batalha de ginásio. Sua resposta, no entanto, fez Jonas franzir o cenho.
                    – São seus únicos pokémons?
                    – São sim – Não gostou daquela pergunta. Não duvidava que seus pokémons tivessem capacidade de vencer o ginásio, ela os treinara bem – Eu sei que eles serão capazes de vencer com mais algum treinamento e estratégias apropriadas – Retrucou a garota.
                    – Não é isso, não duvido da capacidade de seus pokémons. Acontece que Roxanne também é professora, além de líder de ginásio, então ela a avaliará como se fosse um de seus alunos.
                    – Não entendi bem – Comentou May, passando a mão pelos cabelos.
                    – Qual é uma das primeiras aulas que as crianças têm nas escolas pokémons? – Instigou ele, fazendo May pensar por alguns segundos até que o que o que o homem queria passar veio em sua cabeça.
                    – Sobre os tipos de pokémons e qual elemento leva vantagem sobre o outro – Respondeu ela  vagarosamente enquanto formulava sua teoria – Então nesse quesito eu perderia pontos por levar pokémons não só pokémons que tem desvantagem que seria o Dustox, como pokémons que seus golpes não causariam tanto impacto, que seria a Skitty.
                    – Você entendeu – Jonas aparentava estar satisfeito com a resposta da garota – Você não tem mais pokémons, como irá contornar isso?
                    – Ensinando golpes que deem vantagem nos pokémons com desvantagem? Seria uma jogada inesperada e demonstraria que tenho algum conhecimento.
                    – É uma boa opção – Confirmou o homem, admirado com a astucia da menina – O que nos leva a segunda principal aula sobre pokémons, que seria?
                    – Alterações de status como envenenamento, paralisia...
                    O treinamento seguiu-se arduamente pela tarde, enquanto ambas as meninas preparavam-se para seus próximos desafios. May aos poucos elaborava sua estratégia enquanto lutava contra Geodude, que era bem mais treinado do que aparentava e alguns pokémons selvagens que por ali apareciam enquanto Juliana criava aos poucos uma apresentação para impressionar os juízes e expectadores do concurso com ajuda de Roselia. Ao final do dia, tanto treinadoras quanto pokémons estavam completamente exaustos, porém pela primeira vez no dia sentiam-se preparadas para o que viria a seguir.
                    A cidade de Rustoboro se aproximava, assim como as primeiras das muitas batalhas que os jovens treinadores enfrentariam. Que aventura os esperava naquela cidade tão bela e antiga do continente? Estariam eles prontos para isso?
                 


    { 12 comentários... read them below or Comment }

    1. Carol, suas descrições continuam ótimas, você ainda é como uma navalha afiada fazendo seu caminho por entre uma barba fechada! Muito bom.

      Eu gostei da forma que você descreveu como uma mudança de clima pudesse ser um motivo para diferenças entre Roselias, e amei esse finzinho de capítulo, com essa aula que embora muitos normalmente ignorem na hora de escrever, está ali e deve ser respeitada. Lindo.

      Por fim eu acho que devo dizer que espero grandes coisas da Juliana, que ainda parece estar um pouco indecisa, desconfortável talvez.

      Agora, sorry, eu esqueci porque May está meio... Com o Brendan. Faz um tempo que eu li o capítulo anterior já. Bem, acho que não tenho o que reclamar. E é só.

      Valeu e até depois!

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      1. Eu fico feliz em não estar tão enferrujada depois de tanto tempo sem postar rs. Espero que eu consiga apenas melhorar cada vez mais e trazer capítulos cada vez melhores para vocês!
        Sobre as aulas, eu quis retratar um líder de ginásio como algo mais do que simpesmente batalham com você. Quis colocá-los como personagens que pela insígnea definem se você pode ou não ser apto a se tornar um campeão, porque existem outros valores além de simplesmente só treinar um pokémon.
        A Juliana é uma personagem especial, quando eu revelar mais da história dela vocês vão entender mais. Por enquanto, vou fazer todos conhecerem-na aos poucos.
        Até depois Sir! Beijinhos!

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    2. Eae

      Ótimo capítulo, gosto de ver o treinamento dos personagens, faz com que as vitórias fiquem mais merecidas e é quase impossível dizer que eles vemceram por protagonismo.

      Gostei do casal que abrigou eles, são muito fofos e reais. Eu pensei que a May ia ficar com o Shroomish e isso ia dar um arco dramático quando o dono dele aparecesse, seria uma bela ajuda no ginásio.
      Pelo visto a May vai encher a skitty de TM, se eu não me engano, a gente consegue Bullet seed ai perto, mas não tenho certeza se ela aprende.
      Não vimos muito da Juju, vamos ver como ela se sai.
      Ainda não sabemos o que Brendan vai fazer da vida, mas mesmo sendo meio vagabundo eu não consigo não gostar dele.

      Esse capítulo foi muito legal, com um clima tranquilo depois de altas emoções.
      Acho que é isso.
      Espero ansioso o próximo capítulo!

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      1. Oi Afelu, desculpa a demora pra responder. Acabou q nem vi o comentário. Haha se tem uma infeliz q ganhou por merecimento foi a May pq o tanto q ela demorooou pra chegar no primeiro gum e o tanto q sofreu kkkk
        Me passou pela cabeça deixar a May ficar com o Shroomish, mas eu queria ver ela SOFRER no ginásio huahuahua.
        Sobre as batalhas da Skitty e Da Juju, vamos ver mais adiante, não deixei muita coisa pra n dar spoiler e deixar vcs ansiosos (risada diabólica).
        É difícil não gostar do Brendan pq ele representa todo mundo, um vagabundo perdido na vida. rsrs
        Obrigada pelo comentário
        Até a próxima!

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    3. Ótimo capítulo Carol!
      May esta se preparando para seu primeiro ginasio e Juliana para sua primeira competição, muito bom ver as duas se empenhando para alcançar seus objetivos, devo seguir o exemplo delas!

      Que bom que o xurumishe (não sei escrever o nome desse pokemon) encontrou seu treinador o/ Sempre bom ver um reencontro. Gostei da iniciativa do Jonas em treinar a May, espero que ela consiga bons resoltados contra a Roxane.

      Até a próxima.

      obs.:
      Carol quando May pergunta a Jonas se ele havia encontrado a bola do xiuroumiche, ele diz infelizmente sim, não seria infelizmente não?

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      1. Oi Anan! Tbm devo seguir o exemplo delas porque nessa semana estou só a enrola XD
        Sobre o possível erro, vou lá dar uma olhada para ver se é necessário corrigir mesmo. Obrigada por avisar.

        Abraços e até a próxima!

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    4. Amo que amo que amo demais
      Capítulo lindo, capítulo formoso, capítulo maravilhoso, esse foi de longe um dos melhores capítulos de transição até agora, amei conhecer mais do Jonas e da sua esposa, a Ellie, já os amo muitíssimo e quero ver mais deles futuramente. E Taillow são do mal mesmo, agora eu acredito em você.
      Também amei esse começo de treinamento das meninas e Brendan querendo ser prestativo com a Ellie. Ai eu amo minhas crianças e eu estou ansioso para ver como Ju vai se sobressair no concurso e May lá no ginásio.

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      1. Taillow são demoniacos, espere pra ver mais adiante o que essas ferinhas vão aprontar hueheuhue
        Jonas e Ellie são meus nenens e acabaram por se tornar mais úteis do que eu esperava, você não faz ideia (ainda). As meninas são tudo pra mim e o Brendan é até útil quando ele quer, o problema é ele querer, mais eu ainda amo meu filhinho rebelde.
        Obrigada pelo comentário Leucro. Vamos ver se nossas rainhas vão arrasar no próximo capítulo.

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    5. Yooo Carol

      Finalmente saimos daquela sufocante floresta e chegamos em um dos lugares mais lindo de Hoenn, porém, ignorado pela maioria dos jogadores haushuashuahsu Eu adoro treinar meus Pokémon nas graminhas atrás da floricultura, e achei incrível você trabalhar com ela.

      Adora a relação do Jonas e da Ellie, parecem ser um casal tão fofo e unido <3 Mesmo ela sendo um pouco doidinha e ele desastre, no final, servem um para o outro.

      Oooh, finalmente vamos por as habilidades de contest de Juliana em ação, sinto que essa Roselia vai ser uma futura companheira da garota <3 E a May parece ser uma aluna bem aplicada lembrando das matérias da escola, tenho inveja dela. Meu palpite seria ver o Dustox varrendo o time da Roxanne hausahushuahu

      Excelente cappítulo, Carol <3

      See ya

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      1. Eu acho aquele lugar tão lindo para eles só colocarem uma floricultura sem sentido lá. Tipo, what? Quase a mesma sensação que tenho e Floaroma.
        Jonas e Ellie melhor casal, era pra serem personagens bem mais aleatórios, porém que acabaram ganhando importância na própria história. Mesmo brigando um pouquinho, eles ainda se amam rs.
        May e Ju super preparadas para as próximas batalhas, pena que serão bem mais difíceis do que elas imaginam. A Rosani é uma líder que eu amo mto.
        Obrigada pelo comentário, Star. Até a próxima.

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    6. Capítulo tranquilo, capítulo de boas; pessoal treinando pra seus desafios respectivos.

      Tava torcendo pra ficarem com o cogumelo, mas também sou fã de ver protagonista sofrendo, então não sei qual dos dois resultados gosto mais, kkkkkkk.

      To ficando ansioso pra ver sua Roxy já; que os líderes de ginásio são talvez minha parte favorita da franquia, e sempre me interesso em reimaginações deles. E por Hoenn ser a região que eu mais trabalhei também, o contraste de outras visões me faz bem.

      Foi um bom, bem tranquilinho, capítulo, passou rápido. Perfeito pro meio de madrugada, rs.

      Logo retorno

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      1. haha esse cap foi bem tranquilinho em comparação com o da floresta. Mas foi importante para apresentar esses dois personagens (Jonas e Ellie) que aparecerão no futuro da fic e também pra dar uma preparada na May para o que está por vir.
        Protagonista sofrendo e apanhando é a minha especialidade kkkkk O cogumelo seria de grande ajuda para a May mesmo, mas vamos deixar ela ralar a cabeça para pensar em como derrotar os pokemons da líder com dois pokes em desvantagem.
        Aaaaaa o capítulo da batalha d ginásio é um dos meus favoritos. Parece que é sempre um marco na fic e quando passamos por eles nos sentimos realmente satisfeitos. Espero que você goste dele quando ler.
        Até a próxima, Ex! Obrigada pelo comentário!

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