segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Talvez eu tenha demorado demais para escrever essa mensagem. Sim, eu realmente demorei demais. Foi realmente difícil escolher as palavras certas para por nessa pequena homenagem/despedida ao meu herói de infância, ao meu amigo que me fazia e ainda faz rir todas as vezes com as mesmas piadas, que me fez adorar churros e sanduíche de presunto, que me fez perceber muitas e muitas vezes que o mais importante não é o que você tem, não é o quanto você sabe nem o que pensam de você. O importante é sempre manter no coração a pureza, a inocência e a alegria de uma criança, é amar seus amigos e aproveitar cada segundo que puder com eles, é acreditar na bondade das pessoas acima de tudo.
Nessa semana quando Roberto Gómez Bolaños morreu eu mal pude acreditar, afinal, quem acreditaria? Quem não pensou que era apenas um pirepaque que apenas jogar água resolveria? Como desejamos que fosse apenas uma notícia falsa que circulou pela internet, mas infelizmente dessa vez não era, nosso querido Chespirito havia partido, deixando tristes seus milhares de fãs no mundo todo, principalmente no Brasil, onde a maioria dos seus habitantes cresceram assistindo as aventuras do menino pobre, inocente e atrapalhado e do herói desajeitado que no fim sempre derrotava seus inimigos das maneiras mais inesperadas e cômicas que se podia imaginar.
Roberto foi para mim uma pessoa admirável, foi ator, roteirista, diretor e diversas outras coisas. Sua originalidade e capacidade de transformar cenas da realidade em obras de ficção são comparadas ao célebre Willian Shakespeare, o que acabou rendendo-lhe o apelido de Chespirito. Não era para menos, afinal, fazer pessoas rirem por mais de trinta anos com as mesmas piadas em um cenário inicialmente feito de isopor e papelão é um feito histórico. Como dizem por aí, mitos não morrem, viram lendas. Não existirá outro como ele, outro que será capaz de criar uma burrice tão genial que zomba de nossa inteligência, outro que sem palavrões, pornografia ou alusão a qualquer outra coisa do gênero criará cenas de humor que farão tanto sucesso.
Tenho certeza que no céu o pequeno Chaves foi recebido com um grande sanduíche de presunto, um suco de groselha que parece de limão mas que tinha gosto de tamarindo, além, é claro, de um grande pirulito vermelho. Um dia alguém descobrirá que na verdade aquela face de menino carente era apenas um disfarce e que aquele barril era uma entrada secreta para a base do mais poderoso e engraçado super-herói de todos os tempos: Chapolin Colorado! Inocente é aquele que pensa que a arma mais poderosa do mundo é o martelo de Thor, ele simplesmente quebraria em pedaços ao tocar na Marreta Biônica.
Obrigada por todas as lições ensinadas, meu herói! Ainda vamos nos encontrar um dia e quando isso acontecer, por favor, me dê um autógrafo!
- Nascimento: 21 de fevereiro de 1929
- Falecimento: 28 de novembro de 2014
Frases memoráveis:
"Esse é de laranja que parece de limão, mas tem gosto de tamarindo..."
"Já chegou o disco voador!"
"Outro gato!"
"Ai, que burro, dá zero pra ele!"
"Pipipipipipi"
"Eu prefiro morrer do que perder a vida"
"Calma, calma, não priemos cânico"
"Minhas antenas estão detectando a presença do inimigo"
"Ninguém tem paciência comigo!"
"A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena"
"As pessoas boas devem amar seus inimigos"
"Quem dá e tira com o diabo fica, sua mão se danifica, sua vó será maldita e sua sogra ressuscita!"
"Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé"
"Volta o cão arrependido, com suas orelhas tão fartas, com seu osso roído e com o rabo entre as patas... O verso se repete 44 vezes"
"Sigam-me os bons!"
"Se aproveitam de minha nobreza!"
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