sexta-feira, 4 de julho de 2014
May corria apressada por entre as árvores da rota escura seguindo sua pequena
Skitty que a guiava pela noite. O grito que ouvira há poucos segundos atrás
ainda ecoava em seus ouvidos, parecia uma mistura de dor, medo e desespero. Com
certeza a pessoa que o dera estava em sérios apuros. Aos poucos as árvores se
abriam e a pequena gata diminuía o ritmo de seus passos ligeiros, deviam estar
próximas ao local. A gata então parou atrás de uma moita que se abria para uma
clareia no meio da mata. A garota ajoelhou-se e se aproximou silenciosamente de
sua pokémon para ver o que a mesma observava por entres as folhas e diante de
si viu uma cena que a deixou apavorada.
Em sua haviam três pessoas, uma garota que lutava contra um homem que a matinha
presa no chão pelos pulsos e pelas pernas. Ela era bonita, sua pele era morena
e seus cabelos curtos, negros e encaracolados. Possuia lábios volumosos e um
corpo escultural, entretanto o mesmo, assim como seu rosto, estavam marcados
por hematomas e escoriações, algumas ainda sangrando. Os dois sujeitos por
outro lado eram repugnantes, ambos estavam malvestidos e sujos, como se não
tomassem banho há dias, suas barbas estavam grandes e os cabelos compridos. Um
deles revirava uma barraca jogando as coisas para o lado de fora enquanto o
outro mantinha a garota presa, com um canivete apontado para seu pescoço. O
sangue de May inflamou como se fosse constituído por carvão em brasa, não iria
deixar que aqueles seres imundos fizessem mais nada com a garota. Procurou
avidamente por algo no chão que pudesse usar para acertar um dos bandidos e,
por sorte, encontrou uma pedra de tamanho médio que conseguia carregar
tranquilamente. Abaixou-se para Skitty e comentou algo no ouvido de sua pokémon
que fez um aceno positivo com a cabeça anunciando que havia entendido o
comando.
Ela precisou contar alguns segundos antes de ter coragem para se mover. Parte
de seu instinto dizia para ela fugir enquanto a outra para salvá-la e
principalmente para acabar com aqueles inimigos. Certamente a segunda parte
venceu pois, após um sútil comando para sua pokémon, ambas saíram correndo como
flecha por entre as árvores. May instantaneamente se direcionou para aquele que
estava sobre e garota acertando-lhe a pedra na cabeça enquanto Skitty
direcionou-se para aquele que estava na porta da barraca e acertou-lhe um
Tackle laçando-o para longe dos objetos.
O homem que estava sobre a morena tombou de lado e ela
empurrou-o para longe de si e afastou rastejando-se. May tentou se aproximar
para ajudá-la a se levantar e rapidamente ela se virou, apontando a faca que
outrora estava apontada para seu pescoço nas mãos do inimigo. Sua respiração
estava acelerada e os olhos arregalados, como se May fosse a mesma pessoa que
há poucos estivera ferindo-a.
- Fi-Fique longe de mim... - Pediu ela
- Eu... Não vou te fazer mal - Disse May com as mãos para
frente fazendo um gesto para que a garota abaixasse a arma.
- Fique longe de mim! - Gritou - Vá embora! - Ela apoiou
sua mão esquerda no chão para tentar se levantar, mas faltaram-lhe forças e a
garota caiu no chão desmaiada. May já ia abaixar-se para ajudá-la quando algo
pequeno e rosado foi lançado a seus pés chamando-lhe a atenção.
Instantaneamente ela percebeu que era sua pokémon e abaixou-se até ela, mas
antes que pudesse tocar-lhe ou fazer algum movimento a pequena levantou-se e a
empurrou com uma investida. A garota não entendeu a ação da gata até que algo
passou zunindo por seus ouvidos onde poucos segundos antes estivera sua cabeça.
Ela então levantou-se em uma posição de alerta para
entender a cena que ocorria ao seu redor o que incluía Skitty desviando-se
novamente por poucos centímetros da coisa que estivera para acertá-la. O
bandido que ela havia acertado agora havia se recomposto e olhava-a com uma
cara zangada, com certeza não lhe agradara nada o golpe que levara e
aparentemente ainda sentia dor pelo golpe, pois sua mão tocava na região do
abdômen. Próximo a ele estava uma criatura que a garota quase não conhecia,
pois com certeza não pertencia àquela região. Possuía penugem negra e
bagunçada, exceto pela cabeça e asas que eram das cores marrom e vermelho
respectivamente. Seu bico era pontiagudo, afiado e, assim com as garras das
patas, parecia ter um aspecto letal. Ela imediatamente sacou a pokédex para
identificá-lo.
“Spearow,
o pokémon pássaro.
Tem um grito muito alto que pode ser ouvido mais de meia milha de distância. Quando voa alto, seu grito
de lamento é ouvido ecoando por toda parte, um sinal de que eles estão alertando uns aos
outros do perigo. Alimenta-se de insetos e bate as asas em uma
velocidade rápida para manter-se no ar.”
By:DestroyedSteak
- Sua vadiazinha, quem você pensa que é para aparecer assim
e fazer o que bem entender? Atacou-nos e ainda atrapalhou nosso acerto de
contas com essa outra aí. Agora vai pagar na mesma proporção que ela. Spearow,
acabe com esse pokémon - A ave soltou um grasnar agudo em resposta e em seguida
mergulhou em um movimento rápido e preciso para atacar Skitty.
May ordenou uma evasiva e em seguida tentou alguns ataques,
mas nenhum parecia ter sucesso com a ave que era extremamente veloz, provando
que fora muito bem treinada e que seu nível era elevado. Logo a gata não
conseguia mais desviar de todos os ataques e cada vez mais levava cortes feitos
pelo bico e garras de seu oponente. May começou a desesperar-se sem saber o que
fazer, não pensava que aquele homem fosse tão bom em batalhas. Se Skitty fosse
derrubada o único pokémon que lhe restaria era Wurmple e a lagarta com certeza
não seria capaz de derrotar um inimigo naquele nível, ainda mais estando em
desvantagem de tipo.
Com mais um Aerial Ace a pequena gata foi lançada aos seus
pés surrada e quase sem forças, ela abaixou-se e pegou-a no colo tendo o
cuidado de não tocar em seus ferimentos.
- Então agora parece que finalmente aprendeu a não por o
nariz no que não é da sua conta. Espero que pague sua intromissão sem reclamar
– Disse ele e se aproximou. O corpo da garota encheu-se de ódio e o ar pareceu
imediatamente ficar mais frio. Um jato de água disparado de um lugar
desconhecido porém, atingiu o Spearow e fez seu dono parar de mover-se devido a
surpresa.
Um pequeno anfíbio azul já conhecido
pela garota surgiu por entre a mata seguido por um garoto de cara mal humorada.
Ele estava um pouco arranhado e cheio de folhas, talvez consequência de tê-la
seguido pela floresta escura até ali.
- Qual é o seu problema, garota?
Você acha que... – Começou ele direcionando seu olhar para ela, mas parou ao
ver a Pokémon que carregava no colo. Olhou ao redor em seguida e pareceu
entender o que estava acontecendo ali – Quem é você? – Perguntou ao homem que o
olhava ainda surpreso.
- Pelo visto hoje não é o meu dia,
essa mata está cheia de pivetes intrometidos. Vou dar uma lição em vocês – Fez
um gesto com a mão para seu Pokémon que já havia se recuperado e mais uma vez
mergulhou para atacar o adversário.
- Desvie Mudkip – Ordenou
Brendan - Olha, eu não sei qual é o
problema que você tem com essa garota nem tenho nada a ver com isso. Apenas
deixe eu e a May irmos embora que não lhe incomodaremos mais.
- Você está louco? Não vou deixá-la
assim! Olhe o estado em que ela está! – Gritou May, chocada pela sugestão de
Brendan. Ela sentiu uma movimentação perto dela e percebeu que o homem que havia
atingido com uma pedra começava a despertar.
- May... – Brendan travou o maxilar.
Estariam em sérios problemas se ela insistisse em ficar. Seu Mudkip não seria
capaz de derrotar aquele Spearow e muito menos a jovem Vulpix que estava em sua
pokeball. Além disso, o outro começava a despertar e se ele também tivesse
pokémons a coisa ficaria feia e dificilmente ambos conseguiriam fugir dali.
- Se o casalzinho não terminou a
discussão – Disse o homem enquanto ordenava para seu pokémon mais um ataque e
Brendan voltou sua atenção para a batalha, porém sabia que não havia jeito de
vencer.
- Fury Attack – Spearow novamente se
aproximou de Mudkip e voando sobre sua cabeça, começou a desferir-lhe bicadas
com o bico afiado. O anfíbio gemeu de dor e começou a correr para fugir do
pássaro, mas esse o seguia por toda parte.
- Livre-se dele! – Ordenou Brendan
com um leve tom de desespero em sua voz.
Mudkip
olhou-o assustado, sentia dor e não sabia o que fazer.
- Corra, role e ataque com um Water
gum – Disse May não suportando ver o Pokémon apanhar daquela maneira e assim o
Pokémon de água fez. Após se distanciar um pouco da ave com uma pequena
corrida, rolou no chão ficando de barriga pra cima e quando Spearow se
aproximou para atacá-lo novamente, disparou o mais poderoso jato que podia
fazendo-o ser lançado contra uma árvore.
Mudkip se levantou animado por ter
conseguido acertar mais um golpe e preparou-se novamente para outro, entretanto
o pássaro já havia se recuperado e tentava atacá-lo novamente. Seguiu-se então um
jogo de forças onde a ave tentava se aproximar para atacar e o anfíbio o
repelia e tentava atingi-lo com um de seus golpes de água. Infelizmente mais
uma vez Spearow levou a melhor; através de um Aerial Ace ordenado por seu
treinador acertou Mudkip já cansado pela batalha e debilitado pelos golpes que
levara na cabeça.
- Mudkip! – Exclamou Brendan e
correu até seu Pokémon, retornando-o para sua poké ball. Mesmo enfraquecido
pela batalha, o Spearow continuava voando altivamente e seu rosto parecia
sorrir. O homem então começou a rir.
- Você devia ter seguido o conselho
de seu namorado, garotinha. Felizmente não sou uma pessoa ruim e vou lhes dar a
oportunidade de ir embora. Isso serviu para ensinar-lhes a não se meterem em
assuntos que não lhe dizem respeito – Spearow pousou em seu ombro – Andem! Dêem
o fora daqui antes que eu mande meu Pokémon rasgar seus pescoços.
Aliviado por sua sorte, Brendan
preparou-se para ir e carregar a garota arrastada se fosse preciso, quando viu
ela dar um passo para frente com uma feição séria. Skitty havia sido retornada
para sua Premier Ball
- Ainda não acabou! – Gritou ela e
de trás de si saiu seu pequeno Wurmple com cara assustada. Parecia não
acreditar na situação em que estava e nem na sua coragem de estar ali.
- May você ficou louca? –Perguntou
Brendan sem acreditar no que seus olhos viam.
- Calado! – Disse ela simplesmente.
O estranho riu juntamente com seu Pokémon.
- Ainda não acredito no que estou
vendo. Esse aí vai ser só com um golpe!
- Vamos ver então – Desafiou a
garota com um sorriso, fazendo o outro parar de rir.
- Acabo de mudar minha decisão de
deixá-los ir, Você precisa de uma lição, sua insolentezinha. Apenas um Peck
Spearow.
- Seja firme. Espere o máximo que
puder e acerte um String Shot nos olhos.
Spearow simplesmente saltou do ombro
de seu treinador e planou em direção ao inseto. Claramente não estava preocupado
com a força do golpe pois tinha certeza de que apenas um fraca bicada
adiantaria. Wurmple estava aterrorizado, seu corpo tremia sem parar,
provavelmente lembrando-se de que passara toda sua vida fugindo de Taillows e
Swellows selvagens. Poucos milésimos antes de ser atingido lançou uma grande
quantidade de seda no rosto de seu oponente.
- Como eu disse, bastou um golpe –
Disse o homem rindo. Seu Pokémon havia pousado no chão e esfregava
desesperadamente a asa sobre o rosto – O que há de errado Spearow?
- Você errou – Disse May, enquanto
olhava seu pequeno Pokémon reunindo forças e se levantando com dificuldade –
Prenda-o no chão e em seguida acerte-o com o Poison Sting.
Wurmple usou sua seda que havia
tampado os olhos do pássaro para prendê-lo no chão através dos pés e em seguida
disparou uma série de espinhos venenosos enquanto se aproximava. A ave tentava
bloquear, mas com a visão debilitada aquilo se tornava difícil, provavelmente
já estava envenenada.
- Agora use o Tackle – Ordenou a
garota e a força de ataque da larva foi o suficiente para romper a seda e
lançar a ave na direção de seu treinador que estava boquiaberto ao ver como a
situação havia se invertido. Sem o comando de sua treinadora, Wurmple lançou
sua seda em um galho acima da cabeça do homem e se impulsionou para lá. Em
seguida emitiu uma quantidade ainda maior desta sobre ele, cobrindo-o com fios
pegajosos e grudentos que impediam-lhe os movimentos. A batalha estava
terminada, eles haviam vencido.
- Vo-você ganhou? – Gaguejou Brendan
ainda sem acreditar no que havia ocorrido. May sorria, sua idéia, mesmo que com
uma chance mínima, havia dado certo – Como o Wurmple teve essa idéia? – Ele
apontava para o treinador que acabara de ser imobilizado e, em resposta, May
apontou-lhe o outro que ainda estava no chão, também enrolado por ceda.
- Espere um segundo – A pedra que
estava no chão e acertou na cabeça de ambos fazendo-os ficarem inconscientes –
Isso servirá para deixá-los desacordados até amanhã de manhã pelo menos.
- E o que vamos fazer com a garota?
– Perguntou apontando para o corpo deitado no chão. May lembrou-se da garota
ainda inconsciente e correu até ela. Pôde observar melhor o estado de seu corpo
e constatou que, além dos hematomas e outros machucados, não havia nada
aparentemente mais grave. O que mais preocupou-lhe foi a temperatura do mesmo
que estava altíssima, o que poderia caracterizar uma infecção.
- Temos que levá-la a um Hospital ou
a um Centro Pokémon o mais depressa possível – Disse tentando levantar a garota.
- Somente consegui trazer nossas
mochilas, mas as bicicletas ficaram no acampamento – Disse ele mostrando os
dois objetos que trazia nas costas.
- Não dá tempo de ir pegar! Além
disso não conseguiremos levá-la junto com as bicicletas – Brendan abriu a boca
para retrucar mas decidiu permanecer calado. Colocou as mochilas no chão e foi
até o que estava da barraca da garota.
- Não acho que devamos levar isso,
está tudo ferrado – Resmungou ele enquanto mexia nos arames tortos com a mão.
- Veja se aí tem uma bolsa ou algo
do tipo e guarde o que conseguir pegar – Rapidamente o garoto retirou de dentro
uma mochila azul um pouco gasta e colocou algumas coisas que a garota não
conseguiu ver dentro dela e carregou-a para junto das deles. Um poké ball caiu
então de um dos bolsos da mochila e ele pegou do chão.
- Será que aqui tem algum pokémon
que pode nos ajudar? – Perguntou olhando para a esfera.
- Acho que não. Ela não usava
pokémon nenhum para se defender. Deve conter um de nível muito baixo ou estar
vazia. Em todo caso, não saberemos como ele reagirá ao ver sua treinadora nesse
estado e se nos obedecerá.
- Certo – Murmurou ele um pouco
desapontado e guardou o objeto na mochila, tendo o cuidado de fechar o zíper
para que não caísse novamente – Você acha que pode levar duas dessas? Vou
tentar carregá-la pelo menos por uma parte do trajeto.
- Posso levar as três se quiser –
Disse ela se aproximando das mochilas.
- Não precisa – Interrompeu ele,
colocando a sua nas costas e aproximando-se da garota e pegando-a em seus
braços – Vamos! – Continuou ao ver que a garota pegara as que lhe cabia.
- Onde está Wurmple? – May parou de
repente olhando ao redor.
- Quê? Sei lá! O pokémon é seu!
- Mas eu não sei onde ele... – Ela
se auto-interrompeu olhando para cima e abrindo a boca surpresa. O garoto
seguiu seu olhar e se espantou.
- O que é aquilo?
Na árvore onde Wurmple havia subido
estava uma criatura de aspecto estranho. Possuía a pele envolta em uma
substância de aspecto aveludado. Sua coloração, emitida ao ser tocado pelos
raios lunares, se assemelhava a um tom rosado. O que mais chamava a atenção eram
os grandes e brilhantes olhos vermelhos que olhavam diretamente para ela. A
garota retirou sua pokédex de dentro da mochila e apontou para o Pokémon
“Cascoon, o pokémon casulo. Faz o
seu casulo protetor envolvendo seu corpo inteiramente com a seda fina de sua
boca que endurece assim que faz contato com o ar. Se for atacado, Cascoon
permanece imóvel mesmo que seja ferido. Não vai esquecer a dor que suportou.”
By: Miku_chan
- Evolução... – Sussurrou baixinho –
É você Wurmple? – Perguntou para o casulo e os olhos que antes pareciam-lhe
encarar com uma feição irritada fecharam-se como se ele estivesse sorrindo. Os
lábios de May sorriram da mesma forma. O primeiro pokémon que capturara acabara
de evoluir, aquele sentimento que possuía não poderia ser melhor.
- Er, sem querer atrapalhar este
lindo momento mas a garota está pesada.
- Ah, ok! Me desculpe – Pegou a poké
ball do pokémon – Vou te chamar de volta, tudo bem Cascoon? Depois
conversaremos mais – O pokémon assentiu e voltou para a esfera que lhe cabia –
Você poderia liberar sua Vulpix para nos guiar por essa rota.
- Está na minha bolsa, pegue – Assim
ela o fez e quando estavam prontos, a dupla assim como a garota desmaiada e o
pokémon seguiram caminho até Oldale.
...
As cortinas do quarto balançavam a
medida que eram tocadas pelo quarto do centro pokémon. Um Tailow atrevido havia
entrado pela janela e bicava uma mochila até que a mesma se abriu liberando uma
série de poké balls que se espalharam pelo chão. May acordou repentinamente e
sentou-se, assustando o pássaro que imediatamente levantou vôo e fugiu do
local. Ainda tonta de sono, perguntava-se onde estava e o que havia ocorrido na
noite anterior.
Espreguiçando-se, ela passou a mão
pelos cabelos lisos e se dirigiu ao banheiro do quarto, onde tomou um banho
gelado e escovou os dentes. Saiu do banheiro ainda enrolada na toalha, porém mais
animada e se aproximou da janela aproveitando a brisa daquele dia. Em seguida
recolheu seus pertences que haviam sido espalhados pelo chão e fez um lembrete
mental de fechar seus bolsos com mais cuidado. Pensou por um instante que horas
seriam até observar o pequeno relógio sobre a porta.
- Santa mãe de Arceus – Disse ela o
perceber que já se passavam das três da tarde. Vestiu-se rapidamente e deixou o
quarto rumo a recepção.
Haviam
chegado ao centro pokémon já no fim daquela madrugada. A enfermeira Joy local
se assustou com a hora em que novos viajantes batiam em sua porta, mas se
prontificou imediatamente a ajudar a menina. Pareceu ter ficado chocada com o
estado em que a mesma se encontrava e logo perguntou a eles onde e como eles
haviam encontrado-a. May ia contar a história, mas Brendan interrompeu-lhe e
disse que apenas a acharam em seu caminho. Assim que as coisas foram
parcialmente esclarecidas, a Joy entregou a ambos as chaves de dois quartos
enquanto levava a garota para a sala de tratamento. Ainda não haviam recebido
notícias dela até aquele momento e aquilo a preocupava.
Em pouco
tempo chegou à recepção que estava praticamente vazia. Parecia não haver muito
movimento naquela pequena cidade que mais se assemelhava a uma vila. Devido a
seu tamanho reduzido, o Centro Pokémon ficou responsável por tratar os pokémons
e alguns casos mais simples de doenças da cidade. Os outros ficariam para a
cidade de Petalburg que ficava a alguns minutos dali de carro.
- Boa
tarde enfermeira Joy – Cumprimentou ela. A mulher de cabelos rosa de pele alva
sorriu enquanto esfregava com o pano alguma substância sobre o balcão em que
atendia.
- Boa tarde May – Respondeu.
- Er... Como ela está? A garota que
trouxemos ontem- May estava um pouco receosa sobre a resposta.
- Está melhor. Fiz alguns curativos
e dei-lhe medicamentos para diminuir a dor e baixar sua febre. Ela deve acordar
hoje essa tarde ainda – May suspirou aliviada, mas logo em seguida outra dúvida
surgiu.
- E meus pokémons?
- Estão aqui – Disse ela pegando uma
bandeja de baixo do balcão – Acabei de cuidar deles. Apesar de terem batalhado
e estarem exaustos não há nada mais sério.
- Muito obrigada Srta. Joy. Sabe me
dizer se meu amigo já acordou?
- Ele estava comendo algo no
refeitório. Vá até lá também, vocês não comeram nada o dia todo – Foi aí que
finalmente a garota pode perceber com quanta fome estava, seu estomago roncou
forte e ela se despediu da funcionária com um aceno e foi até o lugar onde
Brendan estava.
Não era um lugar grande, apenas
algumas mesas brancas com quatro cadeiras ao redor de cada uma. O garoto estava
sentado na mais distante possível das outras enquanto em sua frente estava um
prato vazio e uma xícara de café que o mesmo segurava com uma das mãos enquanto
lia o jornal. May foi até uma mesa onde estavam alguns alimentos e pegou algo
que parecia ser um pedaço de torta de amoras e um copo de suco de laranja e foi
em direção a mesa onde o colega estava, ganhando sua atenção ao sentar-se.
- Bom tarde – Disse ela pegando um
garfo e começando a comer a torta.
- Hum – Murmurou enquanto bebia um
gole da xícara, parecia concentrado no que estava vendo. Ela leu a primeira
página no jornal para saber do que se tratava. “Aumentam espantosamente o
número de roubos de Pokémons em Hoenn”
- O que diz nessa reportagem? –
Perguntou ela interessada. O garoto olhou a capa do jornal novamente para saber
do que se tratava.
- Bem, basicamente o que diz na
capa. Parece que eles estão tendo problemas com ladrões em Rustboro. A polícia
está suspeitando de que uma equipe criminosa esteja agindo na região.
- Equipe criminosa? – Repetiu ela um
pouco temerosa.
- É. Eu acho que eles estão
exagerando, é claro. Mas parece que a situação está semelhante a de Kanto
quando a equipe Rocket começou a se erguer – Uma sensação desagradável tomou
conta da garota. O nome da facção criminosa a fez se recordar de sua
progenitora. Seria possível que sua fuga e o aumento dos roubos estivessem
relacionados?
- Bem, mudando de assunto. Quando
você acha que devemos partir? – Ele a olhou com uma sobrancelha erguida ao
ouvir sua pergunta.
- Assim que você terminar de comer? –
Respondeu como se fosse obvio.
- E a garota?
- Já a salvamos e a trouxemos aqui.
Perguntei para a enfermeira Joy se ela estava bem e ela disse que sim. Não acha
que já fizemos demais por ela? – Retrucou ele.
- Devíamos esperar ela acordar pelo
menos. E se ela precisar de ajuda? Se por algum motivo ela piorar?
- A Enfermeira está aí para isso –
Respondeu ele simplesmente.
- Eu vou esperar ela acordar –
Insistiu a garota.
- Pois que fique, eu estou indo –
Ele abaixou o jornal e a encarou irritado.
- Vá então. Não vou dizer que foi de
todo horrível viajar com você. Espero que tenha sorte – Disse ela levantando-se
e pegando a comida praticamente intocada e levanto até a mesa onde deviam ser
colocados os pratos sujos. Saiu do lugar logo em seguida e andou até a
recepção.
- Enfermeira, pode me levar até o
quarto onde a garota está? – Perguntou assim que chegou. A mulher que, lia uma
revista, parou e a observou.
- Posso sim mas, você já acabou de
comer? – Indagou ela, devido ao curto tempo em que a mesma saíra e voltava.
- Já – Respondeu ela sem encarar a
mulher.
- Então venha comigo – Percebeu por
sua voz que a mesma não havia acreditado, mas ela não disse nada.
A moça de cabelos róseos saiu de
trás do balcão e a guiou por uma porta a sua esquerda. Entraram então em um
corredor com algumas portas por onde entravam e saiam algumas Chanseys. Pela
fresta de uma porta a garota pôde notar uma espécie de cúpula onde estava um
filhote de Poochyena recém-nascido enrolado em panos. Elas entraram na última
porta a esquerda e ambas entraram em um quarto grande onde haviam alguns
leitos. A garota estava deitada em um dos leitos, com alguns curativos em seu
rosto. Seus olhos estavam abertos e a mesma encarava o teto com olhos inexpressivos,
suas iris eram castanhas.
Ela
não se virou ao percebê-las sentarem-se ao seu lado, apenas depois de
alguns minutos se atreveu a falar algo.
- Onde estou? – Perguntou ela
olhando para May.
- No Centro Pokémon de Oldale. Meu
amigo e eu a trouxemos aqui ontem. A Enfermeira Joy cuidou de você – A garota
olhou para a Enfermeira Joy que confirmou com a cabeça.
- E minhas coisas?
- Estão aqui – A mulher pegou da
cadeira ao lado e entregou a menina que estendeu os braços com alguns curativos
e a pegou, começando a procurar nervosa algo dos bancos da frente. Ao perceber
o que ela procurava, a Enfermeira Joy retirou uma esfera bicolor do bolso de
seu avental – Seu pokémon está comigo. Os garotos me pediram para dar um
check-up nele. Ele está ótimo e sua saúde é perfeita – Rapidamente a garota
pegou a Poke ball da mão da mulher e liberou a criatura que a mesma continha.
Parecia ser um pequeno roedor de
pele azul. Seu corpo era redondo com pés e orelhas pequenas. Possuía uma calda
longa e negra que terminava em uma bola azul praticamente do tamanho de seu
corpo. Apesar de ser um pokémon típico daquela região, não era fácil de se
achar. Aquele era Azurill, um Pokémon bebê que geralmente só era obtido de criadores
ou em Day Cares.
“Azurill, o pokéon rato. A porta
de sua cauda é cheia dos nutrientes este pokémon precisa para crescer. Azurill pode ser visto
saltando em sua grande cauda de borracha. Em dias de sol, eles se reúnem para
brincar de espirrar água uns nos outros.”
By: Xbluexaurax
Assim que viu sua treinadora, o rato
azul saltou para perto do seu rosto e esfregou-se no mesmo, recebendo abraços e
afagos da mesma. O corpo do pequeno tremia como se estivesse assustado.
- Está tudo bem Nigel, já estamos
seguros... – Comentou baixinho para a criatura – Obrigada por terem me ajudado –
Agradeceu.
-
Não há de que... Ainda não sabemos seu nome – Disse a Joy.
- Sou... Juliana, Juliana Harley
- Bem Juliana, preciso lhe perguntar
algo. Quem fez isso com você? May e Brendan disseram que a encontraram na rota
nesse estado, toda ferida e inconsciente – A garota então paralisou e olhou
fixamente nos olhos de May, como se tentasse dizer algo.
- Eu fui atacada por uma Poochyena
selvagem. Fui descuidada enquanto procurava lenha para fazer uma fogueira e me
afastei de minhas coisas. Quando fui atacada não consegui chegar a tempo até
minha bolsa para pegar a poké ball e pedir ajuda a Azurill. Acabei caindo e
batendo a cabeça, ficando inconsciente na rota mesmo – May não entendeu porque
a garota mentia, mas percebeu o que seu olhar queria dizer: “Por favor não
conte nada!”
- Tem certeza? Se foi alguma pessoa
que lhe fez isso deve ir a delegacia imediatamente. Não pode deixar que esses
criminosos escapem impunes.
- Não enfermeira Joy. Foram
pokémons, tenho certeza.
- Está tudo certo então. Tome mais
cuidado ao sair assim. Pokémons tem que ficar ao alcance da mão para qualquer
emergência. Tenho que ir para a recepção e gostaria que descansasse mais um
pouco. Vamos May - Chamou enquanto se dirigia a saída do quarto.
- Esperem! – Juliana chamou-as
quando estavam perto da porta – May, seu amigo Brendan está aqui?
- Não sei... Acho que seguiu viajem –
Respondeu a garota um pouco chateada – Porque?
- Bem, eu... Queria agradecer... –
Respondeu ela um pouco envergonhada.
- Quando eu encontrá-lo direi a
ele... – Já estava saindo quando a ouviu chamá-la novamente.
- May! – Ela abaixou a cabeça e corou
levemente – Já... Já que ele se foie você está sozinha, posso viajar contigo?
Pelo menos por um tempo.
A pergunta a surpreendeu e ela ficou
muda por alguns segundos. Por um lado aquela era uma completa estranha, mas
pelo outro viajar com uma companhia seria melhor do que estar sozinha. Além
disso, sentiu que gostava da moça e que ela era uma boa pessoa.
- Pode sim. Será muito bom ter
companhia! – Respondeu dando um sorriso e ganhando outro em resposta, deixando
a sala logo em seguida ao lado da Joy.
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Eita, personagem original mesmo, ousada. Com o Brendan, ela, e um possível Wally, já estamos enchendo de companheiros/rivais. Haja tempo pra desenvolver todos, haha. Mas é uma lufada de inovação entrando na história. Amo Marills, então sempre bom a promessa de um (Tava apostando que ia acabar sendo a Phoebe por grande parte do capítulo).
ResponderExcluirAchei interessante o Brendan vazar. Rotacionar os acompanhantes da May é ótimo, dar a chance dela interagir com várias personalidades diversas.
Quanto à batalha, você disse que talvez devesse descrever mais nas notas de autor, mas achei que o tamanho foi bom. Eu honestamente não curto muito escrever/ler batalhas, acho que é fácil elas se tornarem cansativas se demorarem muito. Concordo contigo que o tamanho ficou bom.
Ver um pouco de violência no mundo é bom. Muitas histórias acabando ficando muito limpinhas, sem real perigo para os treinadores, e quebrar isso é sempre válido.
A Ju é a nossa terceira protagonista da fic e eu amo mto ela. Realmente vai dar trabalho desenvolver tudo, mas são mtos capítulos para conseguir fazer isso, eu espero que consiga rs. Juro que agora que você falou da Phoebe que eu realmente associei ela a essa cena, parece mesmo rs.
ExcluirNa verdade, ele n vazou rs, ele ainda está lá com ela. Apesar de ser um personagem difícil, eles acabaram por criar algum tipo de "parceria" ao decidirem viajar juntos.
Para falar a vdd, eu não gosto muito de ficar me estendendo em batalhas, é cansativo e no jogo a gente joga tantas que todo mundo já está cansado. Com a evolução dos pokémons e dos protagonistas, inevitavelmente elas acabarão ficando mais longas, então vou evitar de cansar vocês por agora.
Fico feliz que você tenha gostado, pois eu quero é VER SANGUE (modo psicopata on) rs.
Obrigada pelo comentário. Te vejo nos próximos capítulos!
JULIANA NENÊ DEMAIS MANO <3
ResponderExcluirCARA, QUE PERSONAGEM SUPER MISTERIOSA.
só quero demonstrar que fiquei super tensa com essa cena desses dois caras na menina Juliana,caraaaaa, eles parecem super perigosos!
E que incrível ver o Brendan ser mais "calminho" haushashuahushua
Mas a May foi uma revelação, cara, é nitida a evolução dela nas batalhas e toda essa evolução fez o Wurmple evoluir para Cascoon, e SIM, TEREMOS UM DUSTOX LINDÃO E FODÃO <3 AAAAA
UM AZURILL VELHO, OLHA ESSA CARINHO DE TREINADORA E POKÉMON, ME APAIXONEI TODA <3
Até a próxima, Carol <3
Eu gosto TANTO da Juliana, mano. É uma personagem por quem tenho muito carinho e ela vai crescer muito e mostrar muito do seu brilho com o passar do tempo.
ExcluirEssa cena foi dos caras foi realmente muito tensa, pena que nossa lindona teve que passar por esse tipo de situação. Ela é uma personagem mto forte.
O Brendan é um personagem mais resmungão e preguiçoso, mas também ele acaba sendo mais lógico e pé no chão. Por isso mtas vezes vai acabar sendo ele que vai travar a May de fazer um monte de besteira (graças a Deus né).
A May é a May, né. Uma personagem incrívelmente fod* para mostrar todo poder que as mulheres podem ter quando desafiadas, mesmo ela ainda sendo uma iniciante.
Azurill é o bebê mais fofo e quem concorda respira. Uma pena seria se até os capítulos lançados até agora se você não ficasse PUTA com ele.
Obrigada pelo comentário, Star-chan. Até a próxima!
Já dei o decreto: Juliana é minha protegida nessa fic! Quem achar ruim vai entrar na porrada comigo!
ResponderExcluirMay, eu já vi muita gente suicida (não comentei sobre nosso grupo do Discord, mas se a carapuça serviu eu não posso fazer nada), mas você tá de parabéns! Ourran, que vontade indomável de se meter em perigo. Ainda bem que o Brendan apareceu pra ajudar a deixar o Spearow mais enfraquecido.
Mas por outro lado foi interessante ver como a May reagiu a um momento de pressão. Ainda com todo aquele risco envolvido ela conseguiu formular uma estratégia pra poder sair vencedora com um Wurmple que nunca foi treinado na vida. Tática é tudo!
Por fim as duas vão agora seguir viagem em dupla. E quem sabe não encontram o Brendan logo mais, para a alegria da Juliana? Ou ela acha que ninguém percebeu o que tá acontecendo aqui? ( ͡° ͜ʖ ͡°)
Até a próxima! õ/
Juliana é a rainha de Hoenn e quem concorda, respira!
ExcluirA May é uma menina de coração muito bom, mas é meio inconsequemte e não pensa em suas atitudes antes de fazer as merdas. As vezes isso é bom, mas também pode gerar problemas pra ela. Ainda bem que muitas das vezes o Brendan está lá para impedí-la de entrar em furadas ainda maiores. A sorte dela é que sua inteligencia e o protagonismo a ajudam nesses momentos.
Duas garotas incrívelmente incríveis em jornada, quem precisa do Brendan, tirando a Ju (mentira). Será q é mais um shipp formado?
Muito obrigada pelo comentário, Shadow! Até o próximo cap!
NOSSA, ESSE CAPÍTULO É UMA OBRA DE ARTE!!!!!!1!!!!!!!
ResponderExcluirEu amo, mas amo muito a Ju, que perfeitinha, precisa ser protegida esse cristal raro lapidado e perfeito, nossa que neném, eu a amo e já quero colocar ela numa caixinha e proteger ela. Mano, ódio dos caras que atacaram a Ju eu vou atrás deles e dar bicuda neles, sorte que May e Brendan ajudaram a Ju e levaram ela pro Centro Pokémon e o Wurmple da May já evoluiu????
Ai gente, amo muito.
Esse capítulo é muito perfeito, vou já já ler o próximo.
Esse capítulo foi muito legal de escrever. Lembro de na época ter ficado super ansiosa para terminá-lo. Esses dias eu tava relendo e até que gostei dele, embora talvez mudasse uma coisa ou outra. Ju é uma princesa e quem não ama ela merece ser excluído do planeta porque ela simplesmente a melhor personagem de todas e os outros q lutem pra ser como ela.
ExcluirAqui temos RITMO ACELERADO (até parece, considerando que a May levou 13 capítulos para ganhar uma insígnea) e o Wurmple precisava evoluir para mostrar logo todo seu brilho e encanto.
Obrigada pelo comentário, Leucro!